Os dois maiores partidos angolanos, o MPLA (Governo) e a UNITA (líder na oposição) estão a viver momentos de alguma preocupação relacionados com imóveis que albergam as suas representações locais. Na província de Benguela, por exemplo, o «galo negro» foi despejado do edifício que albergava o seu secretariado municipal do Lobito. Já em Luanda, os «camaradas» estão a ser acusados por alguns munícipes e funcionários da Repartição de Identificação Civil do Sequele de estar a usar, de forma indevida, de parte do edifício alegadamente pertencente ao Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, condicionando assim o alargamento dos serviços.
Diferente da UNITA, a situação do MPLA não é litigiosa, é mais de carácter ético e moral, que pode beliscar a sua imagem, dado que destapa um certo contraste entre a prática e o desejo manifestado pelo líder do partido, aquando da sua tomada de posse como Titular do Poder Executivo, após ter ganho o pleito eleitoral de 2017 com mais de 60% da preferência dos votos.
Já o imbróglio de instalação da UNITA leva o partido a ter dificuldades em montar estratégias de acção porque anda de litígio em litígio. De acordo com informações colhidas em Benguela, o «galo negro» está a enfrentar a justiça por ter tomado de arrendamento um imóvel, no bairro da Caponte, alegadamente propriedade do Porto Comercial. A residência, inaugurada como sede da organização liderada por Adalberto Costa Júnior, há dois meses, foi habitada, entre 1987 e 2012, por um dos vários militantes expulsos da empresa portuária por suposto apoio ao líder fundador do partido, Jonas Savimbi, em 1992, no calor das primeiras eleições.
O arrendatário, segundo as informações, será detentor de uma declaração passada pela direcção da empresa, que confere a titularidade.
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