Adalberto Costa Júnior entende que a tomada de posse de Manuel Pereira da Silva "Manico" como novo presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) é uma "traição à esperança do povo".

Para o líder da UNITA "trata-se de minar, de forma premeditada, o pilar mais sagrado da democracia, eleições justas, transparentes e verdadeiramente representativas".

A posição da UNITA foi também manifestada pelo Grupo Parlamentar do partido, que, em conferência de imprensa, convidou "todos os patriotas angolanos a defenderam a soberania nacional, ameaçada com a violação sistemática das leis por parte do regime do MPLA".

"Angola precisa da contribuição de todos os seus filhos, patriotas e democratas de todas as convicções políticos-ideológicas, credos religiosos, simplesmente cidadãos comprometidos com a paz, democracia, liberdade, justiça e verdade eleitoral", disse o líder do Grupo Parlamentar da UNITA, Liberty Chiyaca.

De acordo com o deputado, "apesar de todas as arbitrariedades, ilegalidades, graves violações à Constituição, atentados aos direitos, liberdades e garantias fundamentais, os angolanos podem ter a confiança de que em 2027, o regime vai ser derrotado e Angola vai realizar a primeira alternância democrática do poder".

"O Grupo Parlamentar da UNITA não vai desistir de defender os interesses, as expectativas e as aspirações genuínas de liberdade, dignidade, prosperidade que são apanágios de um Governo de legitimidade democrática inquestionável, adquirida por via de um processo eleitoral livre, justo, competitivo e organizado", referiu.

Ao mesmo tempo que Liberty Chiyaca liderava a conferência de imprensa, Adalberto Costa Júnior escrevia na sua página de Facebook que a tomada de posse do presidente da CNE "não se trata apenas de uma violação".

"Trata-se de uma traição à esperança do povo. Trata-se de ignorar a vontade popular".

Na opinião de Adalberto Costa Júnior, a Comissão Nacional Eleitoral deve ser "símbolo de confiança, de imparcialidade e de justiça".

Para o líder da UNITA "trata-se de minar, de forma premeditada, o pilar mais sagrado da democracia, eleições justas, transparentes e verdadeiramente representativas".

"Angola é maior do que os seus obstáculos. E quando a legalidade é desrespeitada, a força da cidadania deve erguer-se. Este é o momento de unidade", frisou, deixando um apelo à participação nas manifestações a serem convocadas nos próximos dias.

Refira-se que o Grupo Parlamentar da UNITA abandonou, na segunda-feira, 21, a cerimónia da tomada de posse do novo presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), Manuel Pereira da Silva "Manico, considerando que o acto é ilegal.

Liberty Chiyaca, em nome do Grupo Parlamentar do partido do "Galo Negro, manifestou esta terça-feira "sérias dúvidas sobre a constitucionalidade da lei ordinária que manda a presidente da Assembleia Nacional, em nome do povo, conferir posse a uma entidade que o Parlamento não elegeu e cuja idoneidade não escrutinou", considerando que esse acto "confere à sua designação uma percepção falsa de legitimidade ao mesmo tempo que empresta à sua pessoa uma imagem de idoneidade, isenção e integridade que definitivamente não corresponde à realidade".