O presidente do partido Nime-a Nsimbi, que reconheceu que a sua organização política veio de um conflito que a "definhou e que a mergulhou numa fraqueza sem precedentes", defendeu o reforço das estruturas intermédias e de base do partido, para que estejam preparadas para as próximas eleições autárquicas e gerais.

"Nós assumimos no V congresso ordinário a nobre missão de revitalizar a FNLA, tendo desencadeado o processo de congregação, reorganização e restruturação do partido", disse o presidente do partido no seu discurso da abertura do encontro.

No âmbito da reorganização do partido, o líder da FNLA, anunciou que já foram realizadas 15 assembleias municipais, sendo nove em Luanda e seis na província do Bengo.

"Assim sendo, preconizamos a realização de 149 assembleias electivas dos primeiros secretários municipais", referiu, frisando que depois, de terem constituído um Comité Central de unidade, avançaram "imediatamente" para a realização das assembleias provinciais em 16 províncias, faltando apenas as províncias de Malanje e Kuanza Norte.

"Temos também a oportunidade de esmiuçar neste encontro, o plano de actividades para o biénio 2024-2025, advindo das linhas estruturantes do programa bienal em apreço, que assenta em 14 eixos, divididos em 118 actividades, sendo 61 para 2024 e 57 para 2025", informou.

Nimi a Nsimbi lembrou que para o reforço das estruturas de base, o seu partido criou uma base de dados para calcular, em todo o País, o número de militantes afectos ao partido.

Para esta tarefa, segundo este líder do partido histórico, a organização mandou imprimir 700 mil cartões de militantes, dos quais 300 mil já foram distribuídos nas 18 províncias do País.

"Até aqui, não temos o número exacto de militantes que nosso partido controla. Com essa base de dados criada, é uma inovação eficaz para melhor projectar a programação partidária nos próximos anos", disse, o presidente do partido salientando que, a direcção do partido definiu no programa este sistema como uma das tarefas a executar a partir deste ano.

Segundo Nimi a Nsimbo, é importante que os militantes estejam mais engajados na mobilização e na organização das estruturas de base, para torná-las mais proactivas.

"O nosso foco é estarmos engajados de maneira a convencermos mais pessoas a ingressarem nas fileiras da nossa formação política, de modo a tornarmos o nosso partido forte no País, tendo em vista as eleições de 2027", salientou sublinhando que "a mobilização deve continuar de forma firme, resiliente e proactiva, a fim de mobilizar novos militantes para o engrandecimento do partido".

Refira-se que nas últimas eleições de 2022, a FNLA conseguiu dois deputados.

O partido foi fundado em 1954, com o nome de "União das Populações do Norte de Angola" (UPNA), assumindo em 1958 o nome de "União das Populações de Angola" (UPA). Em 1962, a UPA, ao absorver outro grupo anticolonial - o Partido Democrático de Angola (PDA) -, constituiu a FNLA.

A FNLA foi um dos movimentos nacionalistas angolanos durante a guerra anticolonial de 1961 a 1974, juntamente com a UNITA e o MPLA.

No processo de negociação da descolonização de Angola, em 1974/1975, bem como na guerra civil angolana de 1975 a 2002, combateu o MPLA ao lado da UNITA.

Desde 1991 é um partido político cuja importância tem vindo a diminuir drasticamente, em função dos seus fracos resultados nas eleições legislativas desde 1992.