"Estamos conversados sobre os méritos do projecto, mas gostava de incidir a minha intervenção sobre os riscos que este projecto tem. Um dos riscos é reputacional: como é que um país com imensos problemas se abalança em construir um projecto como este", questionou.
"Temos um país relativamente pobre que se predispõe a fazer um projecto como este", em que não se conhece o preço, adiantou.
Carlos Rosado de Carvalho falava durante a cerimónia de apresentação do projecto do CPA, a ser erguido em três anos numa parceria público-privada, onde as autoridades não avançaram os custos, limitando-se a informar que o investimento será amortizado em sete anos.
O economista referiu que o projecto será implementado numa zona muito nobre da cidade, "receando" que o mesmo venha a ser "uma espécie de condomínio público fechado".
"Gostaria de alertar as autoridades que deve ser um projecto que possa vir a ser desfrutado por todos os cidadãos da sociedade e não apenas por servidores públicos", reiterando a necessidade de serem publicados detalhes de natureza financeira.
Segundo o também jornalista, a modalidade de financiamento das parcerias público-privadas, eleitas pelo Governo, "são fantásticas no papel, mas depois há um problema de implementação".
"No caso das parcerias público-privadas onde é que fica o risco?" - questionou.
A escolha da parceria público privada foi justificada no encontro pelo ministro de Estado para o Desenvolvimento Económico, Manuel Nunes Júnior, argumentando ser a "mais viável em situações de restrições orçamentais" que o país vive.
"Numa altura em que o nosso executivo envida esforços no sentido da consolidação fiscal, precisamos de encontrar soluções que não contribuam para o aumento do endividamento do Estado", apontou.
O governante alertou que os resultados das parcerias público-privadas apenas serão positivos, "caso sejam assegurados" um conjunto de mecanismos essências à sua implementação, sobretudo no que respeita a "remoção dos riscos inerentes" a este tipo de financiamento.