"É mera especulação considerar um luxo a construção de edifícios com condições tecnológicas e adequadas para a funcionalidade dos ministérios", disse o ministro no final da 7ª Sessão Ordinária do Conselho de Ministros, orientada pelo Presidente da República.
Manuel Tavares de Almeida defendeu que o Centro Político e Administrativo não entra nos Projectos de Investimentos Públicos (PIP) do Orçamento Geral do Estado durante a fase de construção, porque será realizado com recurso ao financiamento de investidores privados e não do Estado.
"O Centro Político e Administrativo vai aliviar os gastos públicos e criar empregos", argumentou o governante, explicando que o valor de 344 milhões de dólares, a ser pago em sete anos, inclui o realojamento das populações e a infraestruturação do terreno com redes de esgotos, drenagem, água, electricidade e telecomunicações.
De acordo com o ministro, a crítica gerada à volta deste mega projecto a ser construído na Praia do Bispo, província de Luanda, que o aponta como um projecto de luxo, "não corresponde à verdade".
O Governo defende que se registaram alguns excessos negativos na abordagem do tema, com manifestações de falta de urbanidade e honestidade intelectual, por parte de alguns analistas.
Opinião diferente tem a UNITA, que criticou energicamente a construção do "Bairro dos Ministérios", na baixa de Luanda, salientando que não devia ser prioridade do Governo.
O vice-presidente do maior partido da oposição, Raúl Danda, questiona a necessidade de construir o chamado "Bairro dos Ministérios", com 28 edifícios ministeriais e várias unidades de apoio, quando há muitos problemas no País que precisam de ser resolvidos com urgência.
O dirigente acusou o Governo do Presidente João Lourenço de não saber estabelecer prioridades.
"Afinal, o que não há? É dinheiro ou sensibilidade? Parece que de ensaio a ensaio o presidente João Lourenço vai mesmo gastando o nosso dinheiro muito à toa", declarou.