A despesa no valor global de 131,6 milhões de dólares servirá para a reabilitação, ampliação e apetrechamento do Hospital Américo Boavida, e divide-se pela empreitada (126,2 milhões USD), os serviços de fiscalização (1,4 milhões USD), e os serviços de gestão da operação (3,8 milhões USD).
Esta decisão tem em consideração que "as condições adequadas para o funcionamento, acomodação e assistência dos doentes a nível das unidades sanitárias determinam a necessidade imperiosa de se construir e garantir o apetrechamento de hospitais e respectivos serviços de apoio para o asseguramento da continuidade dos serviços hospitalares e, consequentemente, a melhoraria da assistência e do acompanhamento médico aos doentes", lê-se no despacho presidencial.
Em Abril, a urgência e todos os outros serviços do Hospital Américo Boa Vida, em Luanda, foram encerradas e os utentes transferidos para o novo Hospital Geral de Viana e também para outros hospitais.
O sector da Saúde, que é habitualmente alvo de muitas críticas em Angola, sobretudo em Luanda, onde os próprios médicos alertam para a falta de materiais e de condições nos hospitais públicos, tem sido reforçado nos últimos dois anos com a autorização, pelo Presidente da República, para a construção e/ou reabilitação de vários hospitais quer na capital do País, quer em províncias como o Bengo, Cunene, Uíge ou Benguela.
O Américo Boavida, o segundo maior hospital de Luanda, esteve no epicentro de um vendaval de críticas em Maio do ano passado, quando surgiram várias imagens e vídeos na internet que mostravam a unidade de saúde a rebentar pelas costuras, com gente deitada no chão a aguardar vez nas urgências, situação que levou a ministra Sílvia Lutucuta a mudar a direcção da instituição, substituindo Agostinho José Matamba pelo cardiologista Mário Fernandes (ler aqui). Em Setembro do ano passado, um paciente faleceu à porta do hospital após ter-lhe sido reciusado atendimento.
A unidade hospitalar trabalhava há anos com limitações, em função das obras de reabilitação que já estão em curso e que atrapalhavam o seu normal funcionamento, como descreveu em 2023 ao Novo Jornal uma fonte da direcção, que apelou ao encerramento total desta unidade de saúde. Segundo a fonte, das 800 camas para internamento, o hospital funcionava apenas com 100.