Os sinais de que Angola está a trilhar um caminho novo nas suas relações internacionais (ver links em baixo nesta página) fora do continente africano não são de agora e com João Lourenço os pequenos sinais disso mesmo começaram a meio do seu primeiro mandato, sendo robustecidos desde então até ao ponto de, por ocasião da Cimeira EUA-África, em Dezembro do ano passado, João Lourenço deixar claro que essa mudança de agulha diplomática estava a acontecer de forma consciente e clara.

Nos tempos mais recentes, essa mudança de agulha visando Washington teve, no entanto, a sua manifestação mais evidente quando angola, numa resolução proposta pelos EUA na Assembleia-Geral da ONU de condenação da Rússia por causa da invasão da Ucrânia, Luanda alterou a sua tradicional postura de abstenção votado a favor da condenação de Moscovo, seu histórico e importante aliado desde a independência do país em 1975.

Agora, ao marcar os 30 anos de relações bilaterais oficiais, o Presidente da República não só sublinha o seu "apreço pelo estreitamento crescente" dos laços que ligam os dois países, como nota que este momento foi marcado por "palavras inspiradoras do Presidente Joe Biden" onde este expressa pontos de vista comuns sobre um relacionamento que tem sido transformador.

"Ao assinalar-se três décadas de relações diplomáticas queremos colocar ênfase no facto de se terem vindo a revelar cada vez mais importantes e transformadoras para os nossos respectivos países e povos", diz Lourenço na sua nota enviada a Biden.

"Os nossos valores partilhados e o nosso compromisso com a prosperidade, segurança, inovação, justiça e amizade, é irreversível", acrescenta o presidente angolano, enfatizando as recentes declarações do norte-americano na recente Cimeira do G7, em Hiroshima, no Japão, como "mais uma evidência da parceria crescente entre os nossos dois países" que está em marcha para "patamares cada vez mais altos" em "circunstâncias iguais" e com uma "colaboração directa florescente a todos os níveis e em todos os domínios".

Nesta longa nota, João Lourenço refere-se a quase toda a panóplia dos pontos em que assentam as relações entre os dois países, sublinhando as promesas de investimento dos EUA em Angola "em áreas-chave como da tecnologia digital, energia solar e infra-estruturas ferroviárias" que resultam da "crescente parceria também na área da Defesa e Segurança".

"A parceria crescente entre as duas nações é um importante catalisador de mudanças que se vão operando no nosso país, contribui paulatina e progressivamente para a criação de condições de vida prósperas para o povo angolano", aponta ainda.

Por fim, João Lourenço, nesta nota, que foi posteriormente divulgada na página da Presidência angolana, garante a Joe Biden que "Angola vai continuar a desenvolver esforços para fortalecer e aprofundar a todos os níveis as relações político-diplomáticas e cooperação económica com os EUA".