O procedimento tem em conta a análise epidemiológica e as recomendações dos peritos internacionais do Grupo Mundial Estratégico de Peritos em Imunização (SAGE) e deve-se ao empenho do Governo "na redução da mortalidade e morbilidade causada pela COVID-19, mediante a vacinação da população em maior risco, como parte da resposta nacional à pandemia da COVID-19", refere o despacho presidencial.

O procedimento de contratação simplificada é ainda justificado pelo Presidente pela necessidade de "adopção de um procedimento célere e desconcentrado para a tomada de decisões contratuais em atenção à preocupação do Executivo para as respostas de saúde pública, de acordo com as prioridades definidas no Plano Nacional de Vacinação 2021, com impacto substancial na melhoria das condições de vida das populações".

O Chefe de Estado delega na ministra da Saúde competência para a verificação da legalidade de todos os actos subsequentes desde o acto do procedimento até à execução do contrato.

Angola já recebeu mais de 600 mil doses da vacina AstraZeneca/Oxford, ao abrigo da iniciativa Covax, estando ainda anunciada a entrega de cerca de 2,5 milhões de doses até meados de 2021. Na quinta-feira, o País recebeu 200 mil doses de vacina Sinopharm, do Instituto Biológico de Pequim, doadas pelo Governo chinês.

Agora, Angola vai contar com mais 6 milhões de doses da Sputnik V, com cada dose a custar ao Governo cerca de 16,6 USD.

O total de pessoas imunizadas desde o dia 2 de Março, data em que começou a campanha de vacinação contra a covid-19, é de 111.231.

A revista científica The Lancet, uma das mais respeitadas do mundo, divulgou em Fevereiro um estudo em que a vacina russa Sputnik V, que gerou dúvidas sobre a sua viabilidade devido ao escasso tempo de testes, é apresentada como eficaz e bem tolerada no combate à covid-19.

Os investigadores responsáveis pelo estudo divulgado pela The Lancet deixam claro que as duas doses da vacina conferem uma protecção de 91,6%, superior inclusive às actualmente em uso, como as da Pfizer/BionTech, da Moderna ou da AstraZeneca/Oxford, esbatendo, ou mesmo anulando por completo, a resistência que alguns países mostram em recorrer a este fármaco (ler aqui).

Esta sexta-feira, Angola contabilizava 21.965 infeçcões por covid-19, 532 óbitos, 20.250 recuperados, e 1.183 activos (nove em estado crítico e sete graves).