"O Governo falhou com sonho ao longo dos 50 anos da Independência de ver Angola e os angolanos brilharem", disse ao Novo Jornal o líder do Grupo Parlamentar da UNITA Liberty Chiaka.

"Celebrar 50 anos da Independência Nacional com jovens activistas presos, com milhares de angolanos a disputarem comida nos contentores, não é digno. Por isso, a UNITA não vai participar na cerimónia, vai é fazer uma profunda reflexão sobre a actual conjuntura socio-económica do País, acrescentou o político.

Liberty Chiaka insistiu que Angola não alcançou o sonho da independência e não há razão para grandes comemorações, onde serão gastos milhões de dólares em detrimento de angolanos que enfrentam dificuldades de vária ordem.

De acordo com o deputado, ao longo deste período, a ausência de investimento governamental na implementação de políticas de empregabilidade resultou em milhares de jovens desempregados, muitos deles a abandonarem o País.

"Hoje assistimos a milhares de crianças que continuam a estudar debaixo das árvores, milhões de crianças fora do sistema de ensino, que Angola é esta que estamos a construir?", questionou Liberty Chiaka, frisando que hoje em Angola a economia informal representa cerca de 80 por cento do emprego em Angola.

"Temos um País que no próximo ano completa 50 anos, com desigualdades significativas, pobreza, educação de baixa qualidade, saúde deficiente (...), fome, questões sanitárias e sociais, como graves problemas que o Governo do MPLA não consegue resolver", apontou o político.

Refira-se que recentemente o Presidente João Lourenço sublinhou que a celebração dos 50 anos de Independência representam um marco histórico significativo, pelos sacrifícios feitos pelo povo angolano para conquistar e preservar a independência.

"Temos motivos de sobra para comemorar em grande. Apresentamos um projecto de programa das comemorações para análise e enriquecimento com as vossas contribuições. O programa inclui actividades políticas, culturais, desportivas, religiosas, feiras e exposições, bem como inaugurações de empreendimentos públicos e privados de relevo", afirmou João Lourenço, acrescentando que conta com a participação de toda a sociedade civil após a aprovação.

Pelo menos 70 Chefes de Estado e de Governo serão convidados para o acto central das comemorações dos 50 anos da Independência Nacional, segundo o Executivo.