Até à data, de acordo com a agência de saúde da UA, foram registadas 1.709 mortes, a grande maioria na República Democrática do Congo (RDC), nação vizinha de Angola.
"Infelizmente, vemos que o número de casos continua a aumentar. Tanto nos casos suspeitos como nos casos confirmados, vemos algum aumento e temos uma média de 3.000 casos suspeitos por semana este ano", disse o gestor adjunto de incidentes dos Centros Africanos de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC África), Yap Boum, na conferência de imprensa semanal 'online'.
"É importante realçar, como temos repetidamente mencionado, a baixa cobertura de testes, que é de cerca de 21%. Isto significa que, em cada dez casos suspeitos, apenas dois serão testados. Por isso, o que comunicamos em termos de casos confirmados é apenas uma pequena parte", disse Boum.
África notificou 117.678 casos suspeitos e 26.927 casos confirmados em laboratório em pouco mais de 20 países do continente desde Janeiro de 2024.
Burundi, República Centro-Africana, Zâmbia, Ruanda, Zimbabué, Quénia, República Democrática do Congo, Uganda, Nigéria, África do Sul, Marrocos, Gana, Guiné-Conacri, Libéria, Costa do Marfim, Camarões, Gabão, Maurícias e Angola são os países onde foram registados casos de mpox.
Em Angola também foram assinalados casos, no final de 2024, mas o Ministério da Saúde angolano não relatou infecções em 2025. O primeiro foi precisamente o de uma mulher de nacionalidade congolesa.
As autoridades de Saúde recomendam várias medidas preventivas, como lavar frequentemente as mãos com água e sabão ou desinfectar com álcool gel, não caçar, nem comer a carne de macacos e roedores (ratos, camundongos e esquilos), e evitar a exposição directa com a carne e sangue destes animais. Recomendam também que seja evitado o contacto físico com pessoas que apresentem os sinais ou sintomas da doença.
A restrição abrange os materiais e utensílios usados por pessoas com sinais ou sintomas da doença, entre os quais vestuário, roupas de cama, toalhas, pratos, copos e talheres. Recomenda igualmente o uso de luvas e roupas apropriadas durante o manuseio dos animais, inclusive no procedimento de abate.
Esta nova estirpe, denominada "clade 1b", foi detectada na República Democrática do Congo em Setembro de 2023 e mais tarde foram reportados casos em vários países vizinhos.
Segundo a OMS, esta doença é mais grave do que a anterior e daí a necessidade de classificar como uma emergência mundial. A nova variante pode ser, além disso, facilmente transmitida por contacto próximo entre dois indivíduos, sem necessidade de contacto sexual, e é considerada mais perigosa do que a variante de 2022.
Em 2022, a OMS declarou o mpox como emergência global depois de se ter espalhado para mais de 70 países que não tinham qualquer historial de contacto com o vírus até então, tendo afectado sobretudo homens homossexuais e bissexuais. Antes disso, a doença foi sobretudo detectada em surtos ocasionais na África central e ocidental quando as pessoas entravam em contacto com animais selvagens infectados.