A detenção dos acusados ocorreu esta segunda-feira, 04, no bairro Kayundo, numa operação realizada pelos agentes do SIC em coordenação com a Polícia Nacional.

O Novo Jornal soube junto do Serviço de Investigação Criminal (SIC) no Bié que "o casal liderava uma seita religiosa - "Arrependa" - e mantinha em cárcere privado dezenas de crentes com idades entre os três e os 25 anos.

Em casos de doença, medicavam os membros da igreja usando os seus métodos e, para casos de morte, projectaram o quintal e o interior da casa (por baixo da cama) para a realização de funerais.

No passado mês de Junho, o casal realizou, no período da noite, sem o consentimento das famílias e da comunidade religiosa, dois funerais clandestinos de crentes que alegadamente morreram de doença, um no dia 17 e o outro no dia 30.

Em declarações às autoridades, os populares da localidade disseram que "a seita fazia rituais misteriosos durante as madrugadas", ressaltando que em nenhum momento se aperceberam do enterro dos menores, apenas notaram a sua ausência.

Após os corpos serem identificados, foram exumados e sepultados no cemitério comunal do Cunje, na presença dos familiares e das autoridades tradicionais. Quanto aos acusados, serão presentes ao juiz de garantias, garante o SIC.