O artigo, baseado nos métodos do Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC), ligado à Organização das Nações Unidas, tem como base um estudo para fornecer indicadores actualizados do relatório do IPCC de 2021, para sustentar as negociações da Conferência das Partes (COP), o órgão supremo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, e o debate político, já que a década actual é vista como decisiva para salvar a meta do acordo de Paris de 2015.

"É uma dura realidade que mostra a urgência de reduzir as emissões globais de CO2 e metano para ajudar a limitar o aquecimento global e o consequente aumento do risco", disse a paleoclimatologista francesa Valérie Masson-Delmotte, que participou do estudo, citada pela imprensa internacional.

Este artigo surge numa altura em que representantes de todos os países estão em Bona para preparar a COP28, a grande conferência do clima da ONU marcada para o final do ano no Dubai, e que vai ser marcada por temas como a utilização de combustíveis fósseis.

Os dados divulgados esta quinta-feira surgem a meio de um ano considerado decisivo para a política climática, estando prevista a publicação da primeira "avaliação global" dos compromissos dos vários Estados na implementação do acordo de Paris, que pretende limitar o aquecimento abaixo de 2°C e, se possível, 1,5°C, em comparação com o período pré-industrial, no mês de Setembro.

Este estudo vem confirmar as notícias sobre os perigos do aquecimento global provocado por acção da humanidade, sobretudo pela utilização de combustíveis fósseis (carvão, petróleo, gás), que já atingiu 1,14°C no período 2013-2022 e 1,26°C em 2022.

Os cientistas deixam claro que a humanidade está a enfrentar uma década "crítica" e que o limite de 1,5°C pode ser alcançado ou superado nos próximos 10 anos.