Segundo o comunicado diário do Ministério da Saúde (MINSA), foram confirmados mais 104 casos neste período, o que eleva oficialmente para um total de 3147 desde que foram registados os primeiros casos da infecção.
Estes números, como já sublinhou o médico Jeremias Agostinho, especialista em saúde pública, devem ser multiplicados por quatro, segundo estudos internacionais.
A justificação é facto de muitos casos serem assintomáticos, mas dispersores da doença, e ainda porque muitas das unidades de saúde não possuem os testes para confirmação, mesmo que o paciente tenha todos os sintomas gerados pelo vibrião colérico.
Tal como no dia anterior, Domingo, 09, a província do Bengo surge no mapa das maiores preocupações com 44 casos, seguindo-se Luanda com 41, depois Icolo e Bengo, com 17, um no Kwanza Sul e mais um na Huíla.
As sete mortes ocorreram nas províncias do Icolo e Bengo (3), Luanda (2) e Bengo (2), estando cerca de 320 internados, dos quais perto de 20 considerados graves.
Já foram vacinadas mais de 925 mil pessoas, 86% da populaºão alvo estimada em mais de 1,1 milhões.
Desde o início do surto, a 07 de janeiro foram reportados 3.147 casos, sendo 1.542 na província de Luanda, 1.163 na província do Bengo, 407 na província do Icolo e Bengo, 10 na província do Cuanza Sul, 6 na província do Huambo, 6 na província da Huíla, 5 na província do Zaire, 5 na província de Malanje, 2 na província do Cuanza Norte e 1 na província do Cunene, com idades compreendidas entre 2 e 100 anos.
A doença provocou 108 óbitos, dos quais 48 na província de Luanda, 43 na província do Bengo, 15 na província do Icolo e Bengo e 2 na província do Cuanza Sul, sendo o grupo etário mais afetado o dos 2 aos 5 anos de idade com 486 casos e 13 óbitos, seguindo-se o grupo etário dos 10 aos 14 anos de idade com 409 casos e 8 óbitos.
A cólera é uma doença infecciosa causada pela bactéria Vibrio cholerae, que se transmite através da ingestão de água ou alimentos contaminados, causando sintomas como diarreia intensa e aquosa, vómitos e desidratação severa que podem levar à morte.