A informação foi avançada esta sexta-feira, 22, ao NJOnline, por estudantes do período pós-laboral daquela faculdade, que solicitaram anonimato, com medo de represálias.

Segundo os visados, no dia 20 deste mês, e após terem acabado de fazer uma prova, o decano da ULAN apareceu nas salas e rasgou as provas de muitos estudantes do 1°, 2°, 3° e 4° anos.

Os alunos, que viram as suas provas anuladas, afirmaram ter apenas atrasos de mensalidade de um e três meses e acusam o decano de ser bastante agressivo com os estudantes da instituição.

"O Sr. Kiombo tem por hábito ser bastante agressivo com os estudantes da instituição e chega mesmo a chamar-nos nomes feios, violando o princípio ético da boa convivência", disseram os visados. E acrescentaram: "Vivemos assustados por causa do decano. Ele é inteligente, de facto, mas falta-lhe educação".

"Ele escorraça-nos da turma quase sempre, como se fossemos animais irracionais, sem razões "a priori". Sinceramente, essa é uma atitude incorrecta" declararam os alunos, que pedem a intervenção da reitoria da ULAN, bem como do Governo da Lunda-Norte.

Em reacção, após ter sido contactado pelo NJOnline, o reitor da Universidade Lueji A'nkonde, Carlos Yoba, afirmou que a medida da direcção da faculdade é justa.

"As provas dos estudantes que não tenham propinas regularizadas são destruídas. Não são arquivadas e, como a instituição não tem "triturador", têm de ser rasgadas ou queimadas", disse.

De acordo com o reitor da Universidade Lueji A'nkonde, as reclamações dos estudantes devedores não têm fundamento, porque os mesmos sabem porque é que as provas foram destruídas.

"Se os estudantes com dívidas insistem em fazer prova, as provas não são válidas. E os professores não podem corrigir as provas destes estudantes".

"Infelizmente, alguns funcionários da universidade, sobretudo os da faculdade de economia, permitem, como acto de solidariedade, que estes alunos façam as provas sem autorização da direcção", prosseguiu o reitor.

Carlos Yoba afirmou que a sua reitoria está a trabalhar no sentido de responsabilizar, disciplinarmente, os funcionários que permitem que os estudantes devedores façam as provas.