A acusação diz que a mulher deu à luz gémeas, após cesariana, mas as profissionais de saúde da Lucrécia Paim só lhe apresentaram uma bebé, para seu grande espanto.
Ecografia feitas em duas clínicas diferentes atestam que a parturiente estava grávida de gémeos e que fez sempre as suas consultas pré-natal naquela maternidade e que sempre lhe disseram que a gravidez era gemelar.
Os factos remontam a 2016, quando a gestante deu entrada na Maternidade Lucrécia Paim para dar à luz duas gémeas e lhe foi apenas apresentada uma bebé, após cesariana no bloco operatório.
Segundo a acusação do Ministério Público (MP), a entrada da mulher no bloco operatório não foi registada.
Conforme a acusação, após o parto, as médicas disseram à parturiente que apenas nasceu uma bebé, e que a outra não existia.
Para infelicidade da mulher e do seu marido, após a cesariana, a recém-nascida faleceu no berçário, sem que as médicas explicassem aos progenitores a causa da morte.
A acusação refere que a mulher, após perder as gémeas, foi informada que nunca mais conseguiria ficar grávida, porque as trompas ficaram mutiladas irreversivelmente, ou seja, sem possibilidade de cura.
Exames médicos atestam que a lesada estava com uma gravidez de gémeas saudável, e que a sua entrada na maternidade não foi registada.
O facto de apenas só ter nascido uma bebé, enquanto os exames apontavam para duas, nunca chegou a ser esclarecido pelas arguidas.
Inconformados, diz a acusação, os pais das bebés recorreram à direcção da maternidade para pedir explicações, mas a directora geral, em resposta, disse ao casal, na presença dos seus familiares, que poderia arranjar-lhe outra bebé, porque na maternidade têm sobrado crianças.
As cinco arguidas negam totalmente a acusação do MP, e asseguram que deve ter havido falhas nas máquinas de ecografias onde a parturiente realizou os exames.
Como fundamento, estas medicas dizem que a outra bebê que apareceu na ecografia era a sombra do único feto existente.
O MP diz que o argumento destas profissionais de saúde não colhe e que as mulheres ocultaram e desviaram a bebé, incorrendo no crime de ocultação e desvio de menor, assim como associação criminosa e violência doméstica.
Em tribunal, as quatro médicas e a única enfermeira negam toda as acusações, afirmando que a lesada apenas deu à luz uma criança.