Segundo a Lusa, o mandado de captura, em que as autoridades angolanas pedem para "localizar e prender com vista à extradição" a filha do antigo Presidente do País, José Eduardo dos Santos, foi emitido no passado dia 3 de Novembro. Isabel dos Santos, numa nota enviada às redacções pela sua equipa de comunicação, refere que os seus advogados consultaram a base de dados da Interpol e não existe, até ao momento, qualquer referência à emissão de um mandado.
De acordo com o documento, Isabel dos Santos é procurada por suspeitas dos "crimes de peculato, fraude qualificada, participação ilegal em negócios, associação criminosa e tráfico de influência, lavagem de dinheiro", numa pena máxima de 12 anos de prisão.
No pedido "são dadas garantias de que a extradição será pedida após a detenção da pessoa, em conformidade com as leis nacionais e/ou os tratados bilaterais e multilaterais aplicáveis".
O documento esclarece que se trata de um mandado de prisão preventiva. "Este pedido deve ser tratado como um pedido formal de prisão provisória, em conformidade com as leis nacionais e/ou os tratados bilaterais e multilaterais aplicáveis".
O mandado de captura internacional menciona que a empresária costuma estar em Portugal, Reino Unido ou Emirados Árabes Unidos.
Segundo o documento, entre 2015 e 2017, a empresária criou mecanismos financeiros "com intenção de obter ganhos financeiros ilícitos e branquear operações criminosas suspeitas", através de "informação sobre dinheiros públicos do Estado angolano" que conseguiu na qualidade de administradora da petrolífera estatal Sonangol.
Sobre este assunto, Isabel dos Santos declara que "os factos relacionados com o período em que exerceu funções na Sonangol não foram confirmados judicialmente - pelo contrário".
De acordo com o mandado, Isabel Dos Santos terá prejudicado o Estado angolano nos montantes totais de mais de 200 milhões de euros, cometendo crimes de peculato, fraude qualificada, participação ilegal em negócio e branqueamento de capitais.
A Agência Lusa contactou a Interpol que remeteu informações sobre este caso para as autoridades angolanas.
Também as autoridades inglesas e portuguesas não confirmaram ou negaram a existência do mandado.