Duas pessoas morreram eletrocutadas enquanto as outras duas terão sido arrastadas pela água, nos municípios de Luanda, Viana e Cacuaco. Entre as vítimas encontra-se um menor de 10 anos, avançou Faustino Miguéns, porta-voz do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros, em declarações à TPA.
Há ainda a registar o desaparecimento de três crianças.
A governadora provincial de Luanda, Joana Lina, prometeu falar aos jornalistas sobre o assunto oportunamente.
O Novo Jornal certificou que, em Luanda, apenas o município da Quissama foi poupado a este cenário dramático onde o lixo foi acrescentado aos problemas que ocorrem sempre que chove abundantemente na capital.
Com uma duração de pouco mais de três horas, a chuva deixou várias vias secundárias e terciárias intransitáveis, o que dificultou e impediu, em grande medida, a normal circulação dos pedestres e viaturas, que viram nos amontoados de lixo dispersos pelas águas mais um problema.
Na Avenida Deolinda Rodrigues (estrada de Catete), o trânsito continuava, perto das 15:00, mais de quatro horas após o fim da pluviosidade, intransitável, devido ao volume de água e lixo na via, como atestou o Novo Jornal no local.
As toneladas de lixo que se foram acumulando nas valas de drenagem ou cursos naturais de água que atravessam a cidade de Luanda acabaram por ser agora arrastadas para o mar, sendo de esperar que nas próximas semanas acabem por dar à costa no Mussulo ou a norte e sul de Luanda, dependendo das correntes.
No bairro do Palanca, a situação era, pela mesma hora, bastante complicada, a rua Zero, que liga a Avenida Deolinda Rodrigues e a Olímpio Macuare, também conhecida como estrada Nova, ficou bloqueada em função do transbordo da vala de drenagem, impedindo a circulação de pessoas e veículos.
No município do Cazenga, os bairros do Curtume, Cazenga Popular e dos distritos urbanos do Kalawenda e Hoji Ya Henda, são os mais atingidos, com os mesmos problemas de quase toda a cidade de Luanda, lixo e água misturados em quantidades gigantescas.
Na Samba, as águas das chuvas arrastaram montes de areia e de lixo, o que tornou intransitável a via principal.
No bairro dos Coqueiros, distrito urbano da Ingombota, uma mulher, com identidade desconhecida, morreu electrocutada, uma fonte policial confirmou a morte da cidadã ao Novo Jornal.
Entretanto, as administrações municipais e distritais continuam a fazer a colheita de dados e a avaliar os danos causados pelas chuvas.
O cenário é de preocupação nos municípios do kilamba kiaxi, Cacuaco, Viana e Luanda onde há registo de várias famílias desalojadas por conta da chuva.
Na zona baixa de Luanda, o lixo que foi arrastado pela água da chuva permanecia espalhado em largas extensões destas áreas da cidade de Luanda.
Uma fonte do Governo Provincial de Luanda avançou ao Novo Jornal que a governadora, Joana Lina, está a radiografar alguns pontos críticos da capital. Em declarações à TPA, Joana Lina disse estar preocupada com o efeito das chuvas e dos amontoados de lixo, mas a trabalhar para resolver os problemas, estando agora à espera para se sentar com a sua equipa e decidir o que vai ser feito nos próximos dias,
Recorde-se que a chuva de hoje apanhou a cidade de Luanda já "inundada" de lixo e acabou por espalhar as toneladas de lixo acumuladas nas últimas semanas em grande parte das artérias da capital.
O GPL interrompeu os contratos com as operadoras de recolha de resíduos sólidos urbanos há mais de dois meses e o lixo foi-se amontoando devido à escassa recolha.
Estão em curso os preparativos o anúncio dos resultados do concurso para a recolha do lixo na capital do País mas ainda não existe uma data prevista o início da recolha. Sabe-se apenas que dentro de duas semanas vão ser conhecidas as empresas contratadas.