O Ministério Público (MP) pediu aos juízes do Tribunal da Comarca de Belas que apliquem a pena máxima ao antigo comandante do município de Belas, e que atenuem as penas dos três agentes da Polícia que estão também a ser julgados com o ex-comandante.

Conforme o MP, estes agentes apenas cumpriram a ordem do seu superior e foram fundamentais para a descoberta do crime.

Para o braço direito do antigo comandante da Polícia Nacional no município de Belas, então chefe das operações da unidade onde o efectivo da PN assassinado estava escalado, o MP pediu uma pena não inferior a 15 anos de prisão.

Ao tribunal os três agentes detidos confessaram que só delataram o comandante por este ordenar a morte de um dos colegas, um 3.º sub-chefe, e por temerem que tivessem o mesmo destino.

Segundo as declarações dos agentes, as causas das duas mortes foram provocadas pelos homens do comandante, tal como atesta o resultado da autópsia realizada.

Os corpos das vítimas foram atirados para um matagal, no município de Belas, no mês de Fevereiro de 2023.

Conforme a acusação do MP, os agentes em serviço, assim como o 3.º sub-chefe assassinado, passaram a comentar as acções comprometedoras dos seus superiores, incluído a do comandante, e este passou a persegui-los.

No dia 5 de Agosto de 2023, prossegue a acusação, o 3.º sub-chefe assassinado foi chamado à PJ. Antes, pensou ir ao comando de Belas informar sobre a situação, mas no caminho foi morto por agentes da polícia, com dez tiros, na presença do filho, que o seguia e viu um dos colegas do pai a disparar.

Com medo de terem o mesmo destino, os três agentes arguidos, que participaram na acção criminosa que vitimou os dois jovens detidos no dia 3 Fevereiro de 2023, decidiram contar a verdade dos factos à Polícia Judiciária, o que culminou na detenção dos demais envolvidos no crime, incluído o próprio comandante.

O juiz da causa, António Yange, agendou para esta quinta-feira a leitura da sentença deste processo-crime, cujo julgamento teve início no mês de Abril, como tem vindo a noticiar o Novo Jornal que acompanha o caso.