O mandado de apreensão foi fixado ao final da tarde em cada um dos edifícios, cumprindo assim a ordem da magistrada do Ministério Público e directora do Serviço Nacional de Recuperação de Activos.
Como fiel depositário foi nomeado o Ministério do Ordenamento, Território e Habitação.
De recordar que no dia 11 deste mês a PGR faz saber, em comunicado, que tinham sido apreendidos vários imóveis, "construídos com fundos públicos", na posse do China International Fund (CIF), localizados no distrito urbano do Zango e no distrito urbano do Kilamba.
Tratava-se de 24 edifícios, duas creches, dois clubes náuticos, três estaleiros de obra e respectivos terrenos adjacentes, numa área total de 114 hectares, localizados na urbanização Vida Pacifica, no distrito urbano do Zango, Município de Viana, Luanda.
E também de 1.108 imóveis inacabados, 31 bases de construção de edifícios, 194 bases para construção de vivendas, um estaleiro e respectivos terrenos adjacentes, numa área total de 266 hectares, localizados no distrito urbano do Kilamba, Belas, na província de Luanda.
De lembrar que o China International Fund Angola foi a primeira entidade gestora de obra do novo aeroporto internacional de Luanda e, que, em Abril do ano passado, a PGR, através do DNIAP, já tinha recuperado cerca de 286 milhões de dólares na sequência de um inquérito que surgiu após uma fiscalização às obras do aeroporto.
O NJOnline consultou as escrituras do China International Fund CIF. A primeira, de constituição da empresa, datada de 2008, tem como representantes legais Maria de Lourdes Roque Caposso Fernandes, em representação de uma offshore, Plansmart International Limited, com sede nas Ilhas Virgens britânicas, e Paula Andresa Custódio e Silva Inglês, em representação da sociedade Utter Right International Limited, também com sede nas Ilhas Virgens britânica. As sociedades têm ambas como morada a caixa postal nº 957, no centro offshore incorporations.
Em 2018, nova escritura dá conta da entrada de um novo sócio: a empresa IF - Investimentos Financeiros SGPS, SA, com sede em Luanda, no Bairro Nova Vida. O acto foi representado por Samora Borges Sebastião Albino, nome que surge ligado ao escândalo "Paradise Papers". Sobre os sócios da empresa IF - Investimentos Financeiros não há qualquer informação na escritura lavrada em 2011.
Como verdadeiros proprietários desta empresa têm sido apontados na imprensa os nomes dos generais Hélder Vieira Dias "Kópelipa" e Leopoldino Fragoso do Nascimento "Dino".