Em função do silêncio do Executivo, as associações, por iniciativa própria, iniciaram esta segunda-feira, 8, a bater à porta da Agência Nacional dos Transportes Terrestres, do Ministério dos Transportes, e do Ministério das Finanças (MINFIN), para saberem quando irão começar a discutir a questão do futuro preço da corrida do táxi, devido ao fim da subvenção dos combustíveis já anunciada pelo Executivo.

Mas avisam que o preço do táxi vai continuar nos 150 kwanzas apenas até ao fim da subvenção à gasolina, ou seja, depois do dia 30, o preço dos "azuis e brancos" sofrerá alterações.

Ao Novo Jornal, esta segunda-feira, a Associação Nacional dos Taxistas de Angola (ANATA), maior associação de taxistas do País, diz que os "azuis e brancos" vão bater às portas do Executivo porque não há até agora qualquer sinal para o início do processo de diálogo, entre as partes, de modo a encontrar um tarifário ajustado à realidade.

A ANATA diz que trabalha para que o futuro preço do táxi não prejudique a população nem os proprietários dos transportes, mas garante estar muito preocupada com o silêncio do Governo, a 22 dias do fim do prazo da subvenção.

Segundo a maior associação de taxistas do País, é melhor que o Executivo se mostre disponível antes do fim da retirada da subvenção do que depois, porque após o fim da subvenção o preço do táxi será superior aos actuais 150 kz.

O presidente da ANATA, Francisco Paciente, disse ao Novo Jornal que os taxistas então preocupados com o fim da subvenção, atendendo ao facto que o decreto presidencial que anuncia a retirada dos subsídios aos combustíveis não fazer menção à alteração do preço dos combustíveis, por isso temem que a gasolina suba depois deste mês.

"A maior preocupação é que o litro da gasolina volte a subir depois do mês de Abril. Por isso, queremos ter agora a garantia de que o mesmo não vá ocorrer e encontrarmos um preço que se ajuste a todos. Por isso não queremos nos precipitar quanto às tarifas", disse.

Conforme a ANATA, a preocupação dos taxistas não é somente a discussão do preço do táxi, mas sim terem garantias de que não haverá aumento dos combustíveis após o fim da subvenção.

"Imaginemos que o litro do combustível suba para 350 ou 400 kz. Isso para nós é um salto grande que vai implicar também a alteração do preço. Por isso não podemos afirmar que o preço do táxi passará para X ou Y, enquanto o Governo não nos der garantias que o preço do combustível vai manter-se nos actuais 300 kz", explicou.

O presidente da ANATA salienta que o decreto presidencial é omisso quanto à retirada da subvenção, daí a preocupação se haverá ou não a subida dos combustíveis acima dos 300 kz praticados actualmente.

Conforme a ANATA, os taxistas querem novos preços segundo a carreira, ou seja, querem preços por distância e não mais preço único, como é praticado.

O Novo Jornal soube de fontes seguras, junto das associações de táxis, que a proposta dos "azuis e brancos", em função dos preços actuais da gasolina, é que após o fim da subvenção, o táxi suba para 250 ou 300 kz.

Importa lembrar que o Governo vai deixar de subsidiar a gasolina aos taxistas a partir do dia 30 deste mês, ou seja, o plafond dos cartões de subsídio à gasolina será removido.

A informação consta de um despacho presidencial, como avançou o Novo Jornal, em que é revogado o diploma de 1 de Junho de 2023, que aprovava a atribuição do subsídio à gasolina para produção agrícola, pesqueira, e para o transporte intermunicipal, interurbano e urbano de passageiros.