O encontro reuniu cerca de 200 pessoas e contribuiu para divulgar o trabalho da ONU localmente e teve como parte importante, e objectivo alcançado, como sublinha a avaliação das agências que contribuíram para que o evento tivesse lugar, o aproximar as Nações Unidas à vida cultural da cidade.

O festival musical teve como foco a Década Internacional de Afrodescendentes, adoptada em 2015 pelos Estados-membros da ONU, entre eles o Brasil, para enfrentar o racismo.

A banda Bomoko (na foto) representou os refugiados que vivem no Brasil, pessoas particularmente vulneráveis que cruzaram fronteiras para obter refúgio e sobreviver com mais dignidade num tempo, como foi o caso de Angola e permanece a realidade na RDC, em que os seus países estavam a atravessar fases críticas como guerras e violações severas dos direitos humanos.

Este espectáculo aconteceu como parte de um projeto-piloto do Centro RIO+ para divulgar a Agenda 2030 das Nações Unidas, que visa o desenvolvimento sustentável e a irradicação da pobreza, entre outros.

O programa teve início em Junho de 2016.

Com a iniciativa "Música para Avançar o Desenvolvimento Sustentável", o organismo da ONU espera criar uma metodologia de engajamento local que poderá ser replicada em outros países em desenvolvimento.

O Brasil albergava, em 2014, cerca de 1 700 refugiados angolanos, segundo dados do Alto Comissáriado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), de um total de mais de 550 mil que, durante a guerra deixaram o país, a maioria para países limítrofes, como a RD Congo, a Namíbia, a África do Sul ou a Zâmbia, mas também para países europeus, como a Suécia ou a Holanda.

No entanto, segundo dados fornecidos pelo Governo angolano, mais de 525 mil regressaram ao país entre 2003 e 2015, muitos dos quais em operações apoiadas e financiadas pelo ACNUR, nomeadamente a larga operação de repatriamento forçado pelo Governo da RD Congo em 2009, quando, o Parlamento em Kinshasa aprovou uma lei que visou a expulsão de angolanos do país.

Entretanto, o Governo angolano, durante os últimos anos, negociou com vários países o fim do estatuto de refugiados para os cidadãos nacionais procurando garantir condições para que aqueles que têm as suas vidas consolidadas possam permanecer nos respectivos países, mesmo sem a protecção desse estatuto.