Há cinco anos, começava a exercer oficialmente o cargo de director deste semanário, começava o "barulho". Alguns chegaram a proclamar o fim do Novo Jornal: "Um mês será suficiente para o gajo lixar-se e afundar o jornal". Outros sacaram dos galões umas tais décadas de experiência no jornalismo para afirmarem: "Ele não tem tarimba. Ele nem é jornalista", ou, "Este tipo nem uma edição do jornal vai conseguir fazer sair". Li, ouvi e percebi tudo. Dos amigos recebi apoio, incentivo e confiança para o novo desafio. Alguns que eu julgava que eram amigos, revelaram-se e passaram a ser os maiores mensageiros dos conteúdos "bater" no novo director. Pelas redes sociais, mensagens e interpostas pessoas, ia recebendo textos e comentários dos "analistas" e grandes especialistas sobre jornalismo, sobre comunicação, gestão e outras matérias. Para eles, não havia espaço para o benefício da dúvida e apenas uma única certeza: o accionista único e a administração do jornal estavam fora do seu perfeito juízo e acabavam de assinar o atestado de morte do Novo Jornal, já só faltava marcar a data do funeral. Os fatos e os discursos fúnebres já estavam preparados, também percebi uma coisa interessante: quando somos nomeados para uma grande e importância responsabilidade, os verdadeiros amigos revelam-se e os inimigos rebelam-se.
São já 252 edições publicadas (comecei na edição 625), mantendo e respeitando sempre o legado dos antecessores, cumprindo com aquilo que a empresa me pediu para fazer quando me contratou: manter a qualidade e a credibilidade do jornal. "Afirmar o bom jornalismo" foi o lema que usei durante estes cinco anos. Tenho e tive as melhores equipas que um director podia ter. Com todos aprendi e tenho aprendido, esperando que eles tenham também recebido algo positivo de minha parte. Sempre lhes disse que "o poder do NJ está na liberdade que tem. O NJ é o nosso maior activo e está acima de todos, nenhum jornalista, nenhum editor, nenhum chefe de redacção e nenhum director é maior do que o Novo Jornal. Todos foram e são importantes para aquilo que hoje o NJ e o seu jornalismo representam. Este jornal e os seus valores estão no ADN de quem aqui esteve e de quem cá está. Através de um exercício jornalístico que questiona números e reporta factos sociais de interesse geral, o NJ tem reafirmando o seu papel de veículo prestador de um serviço socialmente relevante. Tal relevância explica-se, por exemplo, por muitas das suas denúncias terem, por um lado, promovido valores basilares de um Estado democrático e de Direito e, por outro, terem ajudado a mudar o rumo de muitas políticas públicas. Ainda estou aqui foi também a expressão usada para reafirmar a nossa posição e responder a um dos maiores ataques que a honra, a dignidade, a imagem e o bom-nome do jornal e o seu director e jornalistas sofreram em Dezembro de 2023 e Janeiro de 2024. Um ataque vil e ignóbil para derrubar o seu director e acabar com o jornal, culminando com uma tentativa de ocupação do jornal por parte de um grupo de quase 40 "capangas". Resistimos e estamos aqui. Aliado a várias tentativas para fragilizar internamente a nossa instituição e abalar a nossa estrutura como tal. Tudo dentro de uma estratégia antiga e bem estruturada, com o objectivo de descredibilizar, desestabilizar e de apoderar-se do nosso jornal. Resistimos e ainda estamos aqui. Combater o NJ é combater o último reduto do bom jornalismo que ainda vai existindo entre nós e que inspira muitos outros. É um ataque ao que ainda nos resta de liberdade, isenção, pluralidade, verdade e de democracia. Ainda estou aqui! Estou aqui com espírito de missão e em nome do interesse público e da nobre missão de informar. Estou aqui pelo legado desta instituição, pelo seu nome, pela sua mística, pelas equipas (NJ impresso e NJ online), pelo reconhecimento do trabalho dos meus antecessores, pelos colunistas e colaboradores, pelo accionista, pelo administrador e sua equipa e pelos leitores. Estou aqui também pelas iniciativas como Director da Semana, Redacções Itinerantes, o Espaço Tribuna de Ideias, Radar Diplomático, pelas parcerias com o UNICEF e a ONU, pela elevação da qualidade e pluralidade da opinião, pela aposta e desafios tecnológicos com os editoriais e reportagens em multimédia, a aposta editorial com lançamentos de títulos de colaboradores, os novos aplicativos tecnológicos e actualizações do nosso site. A promoção/divulgação dos nossos conteúdos e da marca NJ em programas televisivos e radiofónicos nacionais e internacionais, culminando com aquela que foi a inédita presença de um órgão de comunicação social angolano no conflito Rússia-Ucrânia, em Novembro de 2023. Aproveitando também para anunciar, nos próximos tempos, a criação de um Conselho de Redacção e também do Provedor do Leitor NJ. Por estas e outras, ainda vamos estar por aqui.