Depois de ter sido destruída a possibilidade de um encontro em Luanda, como chegou a estar previsto no mês de Fevereiro, com um surpreendente encontro entre os Presidentes da RDC, Félix Tshisekedi, e do Ruanda, Paul Kagame, que caiu muito mal em Angola (ver links em baixo), o Catar era o novo palco da esperança para o martirizado leste congolês.

Mas, tal como sucedeu com a possibilidade de Luanda, também agora em Doha começa a ficar claro que os rebeldes do M23, apoiados pelo Ruanda, não estão interessados em conversar com as autoridades de Kinshasa e o Governo de Tshisekedi também dá sinais de anda não estar preparado para negociar directamente com rebeldes em vez de com o país que os apoia.

Em cima da mesa, quando o encontro acontecer, se vier a acontecer, vai estar, primeiro, a discussão da soberania do território congolês actualmente sob domínio dos rebeldes, incluindo as capitais dos Kivu Norte, Goma, e Sul, Bukavu, alé de vastas e estratégicas áreas mineiras na região.

E em segundo lugar, ou primeiro, na perspectiva do M23/Ruanda, a entrega dos territórios às forças governamentais, e em que condições tal poderá suceder, visto que Kigali não parece dar sinais de estar disponível para perder a gigantesca fonte de recursos que são os minerais estratégicos do leste da RDC, incluindo lítio, coltão ou as famosas "terras raras", fundamentais para as indústrias 2.0 das potências económicas ocidentais e asiáticas.

Sobre as razões do falhanço do encontro de Doha, que devia ter acontecido esta quarta-feira, 09, e que, recorde-se, ficou agendado de forma aberta no encontro Kagame/Tshisekedi, mediado pelo Emir do Catar, Sheik al-Tani, em meados de Março, oficialmente são "questões de organização" alegadamente por falta de um convite formal do Catar para as partes se deslocarem a Doha.

Porém, segundo a Radio Okapi, congolesa, a realidade é diferente e as duas delegações já estavam na capital catari, quando a parte rebelde exigiu medidas prévias de confiança à delegação governamental para começarem as conversações.

E a delegação enviada pelo Governo de Felix Tshisekedi exigiu, por seu lado, que os rebeldes anunciassem um cessar-fogo incondicional e a retirada das cidades capital dKivu Norte, Goma, e Kivu Sul, Bukavu.

Segundo a emissora criada pela ONU na RDC, no contexto da sua missão no país, a MONUSCO, estas condições foram passadas à mediação catari, que, perante tamanhas exigências logo no início, percebeu que não havia possibilidade de encontrar um terreno comum para começar a falar.

Não ficou marcada nova tentativa de começo do processo negocial em Doha.

RDC: Primeiro encontro negocial no Catar entre rebeldes e Governo congolês falha à última da hora

Era grande a expectativa para o anunciado primeiro encontro entre os rebeldes do M23 e o Governo da República Democrática do Congo (RDC), na capital do Catar, Doha, mas à última da hora, alegando "razões organizacionais", ambos anunciaram o seu adiamento sine die.

Depois de ter sido destruída a possibilidade de um encontro em Luanda, como chegou a estar previsto no mês de Fevereiro, com um surpreendente encontro entre os Presidentes da RDC, Félix Tshisekedi, e do Ruanda, Paul Kagame, que caiu muito mal em Angola (ver links em baixo), o Catar era o novo palco da esperança para o martirizado leste congolês.

Mas, tal como sucedeu com a possibilidade de Luanda, também agora em Doha começa a ficar claro que os rebeldes do M23, apoiados pelo Ruanda, não estão interessados em conversar com as autoridades de Kinshasa e o Governo de Tshisekedi também dá sinais de anda não estar preparado para negociar directamente com rebeldes em vez de com o país que os apoia.

Em cima da mesa, quando o encontro acontecer, se vier a acontecer, vai estar, primeiro, a discussão da soberania do território congolês actualmente sob domínio dos rebeldes, incluindo as capitais dos Kivu Norte, Goma, e Sul, Bukavu, alé de vastas e estratégicas áreas mineiras na região.

E em segundo lugar, ou primeiro, na perspectiva do M23/Ruanda, a entrega dos territórios às forças governamentais, e em que condições tal poderá suceder, visto que Kigali não parece dar sinais de estar disponível para perder a gigantesca fonte de recursos que são os minerais estratégicos do leste da RDC, incluindo lítio, coltão ou as famosas "terras raras", fundamentais para as indústrias 2.0 das potências económicas ocidentais e asiáticas.

Sobre as razões do falhanço do encontro de Doha, que, recorde-se, ficou agendado de forma aberta no encontro Kagame/Tshisekedi, mediado pelo Emir do Catar, Sheik al-Tani, em meados de Março, oficialmente são "questões de organização" alegadamente por falta de um convite formal do Catar para as partes se deslocarem a Doha.

Porém, segundo a Radio Okapi, congolesa, a realidade é diferente e as duas delegações já estavam na capital catari, quando a parte rebelde exigiu medidas prévias de confiança à delegação governamental para começarem as conversações.

E a delegação enviada pelo Governo de Felix Tshisekedi exigiu, por seu lado, que os rebeldes anunciassem um cessar-fogo incondicional e a retirada das cidades capital dKivu Norte, Goma, e Kivu Sul, Bukavu.

Segundo a emissora criada pela ONU na RDC, no contexto da sua missão no país, a MONUSCO, estas condições foram passadas à mediação catari, que, perante tamanhas exigências logo no início, percebeu que não havia possibilidade de encontrar um terreno comum para começar a falar.

Não ficou marcada nova tentativa de começo do processo negocial em Doha.