Este programa, que resulta de um acordo judicial entre as partes de 2020, tem um valor global de 3,5 milhões de dólares norte-americanos e visa compensar aqueles que deixaram de ter acesso às suas terras devido às polémicas medidas do ex-Presidente Mugabe, em 2000 e 2001 que levou mesmo o país a ser pesadamente sancionado por vários países europeus e pelos Estados Unidos.
Os agricultores em questão, zimbabueanos, encetaram processos judiciais para combater as decisões do Governo de então e num acordo conseguido pelos tribunais entre o Estado e os lesados, o Governo aceitou pagar 3,5 milhões USD como compensação pelo confisco das suas propriedades agrícolas.
Essas terras, altamente produtivas, foram entregues a cooperativas e a novos proprietários negros que, numa parte relevante, foram perdendo vitalidade produtiva devido à inexperiência dos novos proprietários, acabando muitas por ser abandonadas.
Este processo remonta ao início do século, embora tenha tido novos desenvolvimentos ao longo dos anos seguintes, quando largas centenas de agricultores brancos foram espoliados das suas terras, em muitos casos, que então chegaram às páginas dos media internacionais, através da violência, com registo de vários mortos.
O Governo de então justificou as medidas como forma de rectificar erros históricos do período colonial que permitiram a uma elite banca dominar a maior parte das vastas terras aráveis do Zimbabué mantendo esse domínio muito depois da independência do país, em 1980.
Esta verba agora libertada vai beneficiar cerca de 380 dos mais de 700 agricultores abrangidos pelo acordo de compensação.