O anúncio foi feito durante uma reunião com veteranos do seu partido de sempre, a Zanu-PF, perante quem admitiu, segundo vários jornais africanos, que a economia zimbabueana está em "desmoronamento", admitindo que já não possui condições para inverter este processo.

Numa altura e que o Zimbabué é um dos países da África Austral mais fustigados pela violenta seca que atinge esta parte do continente, quando o dólar zimbabueano está em ruínas e os bancos praticamente sem dinheiro para se manterem a funcionar, Robert Mugabe admite que é preciso sangue novo para dar a volta à situação desastrosa do país.

No entanto, segundo os relatos feitos na imprensa, disse aos veteranos da guerra que, se sair, sai depois de já ter "derrotado ingleses e americanos" e deixa o poder num momento crítico "para uma mudança de regime" sem definir o seu entendimento para a "derrota" que diz terem sofrido ingleses e americanos, apesar de se saber que estes dois países estiveram na linha da frente da sua contestação e exigindo a sua saída há escassos anos.

Ao que defendem analistas económicos, o Zimbabué está depauperado e os seus recursos naturais já não chegam para suportar sequer os encargos com a dívida do país.

No entanto, Mugabe, de 91 anos, garantiu que se vai retirar de forma apropriada sem, todavia, explicar o que entende por apropriado, até porque a Zanu-PF já veio afirmar que ele será candidato em 2018, o que significará que, se viver até lá, deixará o poder, adequadamente, com 99 anos, em 2023.