A ex-conselheira dos ex comandantes-gerais Paulo de Almeida e Arnaldo Carlos, mais conhecida por comandante "Bety, está acusada de ter, "em defesa exclusiva dos seus interesses pessoais", usando o cargo que ocupava, utilizar meios da PN, soube o Novo Jornal.
Inicialmente, o julgamento estava marcado para o passado dia 27 de Março, mas devido à indisponibilidade do advogado da ex-comandante provincial, que solicitou ao tribunal o adiamento, o julgamento ficou então remarcado para este mês.
Para este julgamento, o actual comandante-geral da PN, Francisco Ribas, está arrolado no processo-crime como testemunha, por ser, à data dos factos, o comandante da Polícia Nacional em Luanda.
O Novo Jornal apurou junto do processo que Elizabeth Rank Frank, movimentou meios e efectivos da PN para ajudar uma amiga mandando prender um cidadão, o pai da sua neta, de 12 anos, que supostamente tinha conflitos com a sua filha, a mãe da menor, no município do Talatona, em Luanda, em 2023.
O detido era acusado pela amiga da 'comandante Bety' de raptar a criança.
No entanto, aquele comando municipal da polícia apercebeu-se depois que não se tratava, afinal, de um rapto, pois a menor tinha-se refugiado em casa do pai, após se queixar que era maltratada pela mãe.
Porém, a responsável da PN em Talatona ainda aconselhou a família da menor a tratar o assunto no foro familiar, mas a comandante "Bety" não aceitou e pediu para que a polícia ligasse ao pai da menina e o intimidasse, passando por cima da autoridade da comandante e dos oficiais de investigação em serviço.
À revelia, conta a acusação, a 'comandante Bety' criou uma equipa de busca e captura do cidadão, que procurou por quase toda a cidade de Luanda, como se de um indivíduo altamente perigoso se tratasse, incluído em duas residências de um renomado general, parente do pai da menor, sem os devidos formalismos.
A acusação diz que as viaturas-patrulha da PN, assim como outros meios, foram movidos do comando do Talatona por ordem da arguida, sem conhecimento do comando provincial de Luanda à data dos factos.
A comissária-chefe reformada Elizabeth Rank Frank é acusada do crime de abuso no exercício do cargo, nos termos do artigo 28.º da lei n.º4/94 de 28 de Janeiro, Lei dos Crimes Militares.