Na altura, a organização convidou desportistas, artistas e outras individualidades naturais de cada uma das 18 províncias para «apadrinharem» as suas regiões. E são estes mesmos padrinhos que, seis anos depois, admitem ao Novo Jornal não sentirem (quase) nenhum benefício.

Por exemplo, o padrinho da Lunda-Sul, o cantor e compositor Gabriel Tchiema, até se mostra "bastante orgulhoso" por ter ajudado a província a eleger as Quedas do Rio Chiumbe, mas não esconde "alguma dor" quando é convidado a analisar o que mudou na zona ao ser «promovida» à maravilha de Angola.

O artista começa por lamentar o facto de a construção da Barragem do Chiumbe (em funcionamento desde 2017) ter "alterado o natural", dando origem a um cenário que não o agrada, embora admita que a existência da estrutura hidroeléctrica contribua para o desenvolvimento da comunidade.

Director provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desporto da Lunda-Sul entre 2017 e 2019, Tchiema assegura que, enquanto esteve no cargo, «lutou» para que fosse erguido um monumento ou se fizesse "algumas benfeitorias" para atrair turistas, mas a "conjuntura económica do país" não ajudou.

"Por mais projectos que nós, os padrinhos, fizermos, se não tivermos o outro lado - que tem a ver com o apoio financeiro -, todo o nosso esforço não será nada", lamenta Gabriel Tchiema, que iliba a National 7 Wonders de qualquer culpa, pois, segundo o músico, a empresa "cumpriu cabalmente" o seu papel de organizadora do concurso e, por conseguinte, promotora das belezas naturais do país.

"Todos nós falhámos, porque não assumimos o nosso papel de co-proprietários", afirma o autor de Azulula, incluindo na «lista de culpados» a população, o Governos e as "pessoas que deviam pegar na deixa do projecto das 7 Maravilhas para desenvolver o turismo angolano".

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