O anúncio desta parceria entre Angola e a associação de fabricantes de veículos em África foi feito em Pretória pelo presidente da AAAM, Jeff Nemeth, explicando o responsável que surgiu de uma deslocação recente a Luanda onde esteve reunido com membros do Governo.

Um dos objectivos do Governo de Luanda e alinhar o sector automóvel com outros sectores onde se está a apostar na diversificação da economia.

O também presidente executivo da Ford Motor Company para a África subsaariana, sublinha que a proposta feita a Angola é essencialmente igual à que foi feita ao Quénia, destacando a importância da experiência acumulada pelas marcas que a associação representa para o desenho de um mapa de acção com vista à criação de uma indústria automóvel própria em Angola.

Esta iniciativa da AAAM é justificada pela necessidade clara de "desencravar" o potencial económico do continente africano, "promovendo uma cultura política condutora do desenvolvimento do sector automóvel".

Como exemplo do que pode ser feito em Angola, Jeff Nemeth, lembra que vários construtores automóveis estabeleceram parcerias de montagem parcial de veículos na Nigéria e a Volkswagen fez o mesmo no Quénia.

Esta deslocação a Angola da AAAM foi pensada depois de se ter confrontado com os dados referentes aos impostos referentes à importação de veículos no ano passado de 12 para 50 por cento.

Para Jeff Nemeth, quando os países optam por estas medidas, ou estão a querer aumentar os dividendos ou a procurar encorajar a criação de condições para que os fabricantes passem a montar os veículos no país, o que em Angola poderia implicar uma diminuição das importações e ter impacto na diversificação da economia.

E estava certo, Nemeth explicou que foi isso mesmo que encontrou em Angola: vontade do Governo em encorajar a criação de unidades de montagem de automóveis parea impulsionar a diversificação da actividade económica.

Nas conversas mantidas com o Governo angolano, Nemeth, segundo explicou o próprio, pediu que fossem consideradas estas discussões iniciais como base para a criação de uma indústria automóvel.

"Todavia, o que aconselhei foi que o país apostasse numa perspectiva de longo prazo, porque não só apenas terão de gastar dinheiro em incentivos para atrair os fabricantes como terão de o fazer também na construção de infra-estruturas", apontou.

Por outro lado, para melhor enfrentar este desafio, seria aconselhável que o sistema de ensino superior angolano tivesse uma área robusta área de engenharias aplicáveis ao sector automóvel.

Todavia, para já, está-se a avançar para a averiguação de possibilidades e verificação do potencial bem como pesar os prós e os contras deste negócio, em comparação, afirmou Nemeth, com todo o leque de necessidades e prioridades do país nesta fase da economia angolana.

"Na verdade, pode ser que o sector automóvel não seja uma dessas prioridades. O Governo angolano ficou de pensar sobre este assunto, razão pela qual é preciso tempo para digerir toda a informação recolhida para que, depois, se possa definir um plano de acção", explicou ainda o presidente da AAAM, garantindo que se a resposta for afirmativa, a associação está disponível para criar uma "task force" para assistir o Governo na prossecução deste desígnio.