"Angola pode fazer muito pouco por si própria para subir o preço do petróleo, mas podia estar a fazer mais para lidar com outros constrangimentos ao ambiente empresarial", comentaram os peritos da EIU.
Entre as principais razões apontadas pelos analistas estão as interrupções no fornecimento de energia, as dificuldades no acesso ao financiamento bancário, os altos níveis de burocracia, a falta de mão-de-obra qualificada e de matérias-primas e a queda na procura.
Numa nota enviada aos investidores, e a que a Lusa teve acesso, os especialistas admitem que "alguns esforços para reduzir a burocracia e os custos [de contexto] estão em curso", conforme demonstram a nova lei do investimento privado e a criação da Agência para a Promoção do Investimento e Exportações de Angola, mas sublinham que as dificuldades no desenvolvimento empresarial permanecem.
"A corrupção endémica tem um efeito dissuasor, e os gastos em Educação continuam baixos, o que significa que as empresas têm dificuldades em encontrar trabalhadores qualificados" e, por causa disso, "o país está no 181.º lugar numa lista de 189 economias analisadas no relatório deste ano do Banco Mundial 'Doing Business'".
De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatísticas de Angola, citados pela EIU, o estudo apresentado pelo INE contou com a participação de 630 empresas, que mostraram que o indicador sobre a confiança dos empresários, que está negativo desde 2015, registou um nível histórico de 34 pontos negativos, depois de ter estado nos 19 pontos no fim de 2014 e 31 no final de 2009.
"Das várias áreas analisadas, a confiança era mais baixa no sector da construção (-66 pontos), seguido do turismo, com -52 e do comércio (-41), sendo que nenhum sector tinha uma perspectiva de evolução positiva", lê-se no documento.