Nancy Pelosi, a líder dos Representantes, a câmara baixa do Congresso, onde o Senado é a câmara alta, compondo assim as duas instâncias do órgão legislativo norte-americano, divulgou, na sexta-feira, junto dos seus colegas congressistas que esteve reunida com os generais que chefiam o Pentágono, que corresponde ao Ministério da Defesa em Angola, por exemplo, de forma a receber garantias que estes estão atentos ao perigo que pode representar, mesmo que faltem poucos dias para deixar o cargo, ter um "homem muito instável" a controlar os códigos nucleares da maior potência militar e com o maior arsenal nuclear do mundo.

O que Pelosi disse ainda querer é que os comandantes militares garantam que não vão permitir que Trump tenha caminho livre para usar as prorrogativas que ainda possui de forma a accionar esses mesmos códigos nucleares desencadeando uma sequência trágica para o mundo e os EUA em particular.

Isto, quando os democratas do Congresso estão a tentar que o gabinete de Trump se una numa maioria clara, que exigiria a adesão do vice-Presidente Mike Pence mas que este já disse não aceitar fazê-lo, para accionar a 25ª emenda constitucional que permitiria afastar compulsivamente o Presidente Trump por incapacidade evidente de exercício do cargo, depois deste ter sido responsável pelo incitamento da invasão do Congresso, na passada quarta-feira, por uma turba radical de apoiantes seus, com o objectivo de impedir a confirmação derradeira da vitória eleitoral dos democratas Joe Biden e Kamala Harris nas eleições de 03 de Novembro.

Com esta possibilidade apenas considerada em tese, os democratas estão a tentar ainda, apesar do escasso tempo que têm para o efeito, iniciar um processo de impeachment de Donald Trump, que, apesar de só poder ter efeito já depois do fim do seu mandato, garantiria que este não poderá voltar a candidatar-se à Casa Branca daqui a quatro anos, como já admitiu que o poderá fazer.

A reunião de Nancy Pelosi teve lugar na sexta-feira e nela estiveram os generais que compõem o "grupo de chefes" dos diversos ramos das forças armadas dos EUA, encabeçado pelo general do Exército Mark A. Milley, e foi convocada depois do ataque ao Congresso, que funciona num edifício em Washington conhecido como Capitólio, situado a pouca distância da Casa Branca, da qual resultaram cinco mortos, incluindo um polícia e quatro dos apoiantes radicais de Trump que invadiram o "Parlamento" do país, transmitida integralmente pelas televisões em todo o mundo.

Entretanto, á depois de, sem alternativa, Trump ter anunciado num vídeo que aceitava o resultado e prometia uma transição pacífica de poder, anunciou que, em mais uma atitude inaudita na história de 231 anos da democracia norte-americana, não vai estar presente na cerimónia de tomada de posse do democrata Joe Biden.

Mas isso não parece estar a preocupar o democrata, que já veio dizer que "ainda bem" que não o fará, concluindo que Trump conseguiu, finalmente, fazer alguma coisa que ambos concordam porque "ele tem sido uma desonrosa vergonha para os EUA", atirou o Presidente eleito.

Joe Biden disse, no entanto, que o vice-Presidente Mike Pence "será bem vindo" na cerimónia de transmissão do poder.