Esta mensagem de Kabila surge depois de mais de 48 horas de violência nas ruas de Kinshasa e de outras cidades da República Democrática do Congo (RDC), em protestos contra o adiamento das eleições presidenciais, tendo provocado, segundo as diversas fontes, entre 17 mortos (Governo) e mais de 100 (oposição).

Na mensagem dirigida à Nação, lida na televisão pública, RTNC, Joseph Kabila sublinha o impacto que a continuação da instabilidade pode terna região dos Grandes Lagos e, em consequência, devido à tensão que ali se vive há décadas, com potencial alastramento a todo o continente.

Num apelo veemente à calma no país, o Chefe de Estado, que não pode candidatar-se a novo mandato, de acordo com o preceito constitucional, mas que deverá manter-se no poder por, pelo menos, mais 18 meses para lá do fim do actual mandato, devido aos atrasos no registo eleitoral, pediu aos cidadãos da RDC que "retomem a sua actividade normal" porque a "segurança está totalmente garantida".

O relato da situação, feito pela Rádio Okapi, aponta para um retomar tímido da normalidade nas ruas de Kinshasa, depois de, na segunda e terça-feira, a violência ter galopado pelas artérias da capital congolesa como há muito não era visto, deixando um rasto de dezenas de mortos e centenas de feridos.

"O recurso à insurreição e a actos de intolerância não podem ser vistos como uma alternativa ao diálogo em curso entre as forças políticas" da RDC, disse Kabila no texto lido na RTNC, dirigindo-se especificamente aos partidos da oposição.