Recordo um episódio caricato por mim vivido logo a seguir ao 25 de Abril. Àqueles dias exaltantes para quem defendia a independência de Angola contrapunha-se o medo da população, fundamentalmente portuguesa, que não a desejava. Ainda como estudante de Agronomia, já no último ano, eu colaborava no Instituto de Investigação Agronómica no Huambo e tinha como chefe uma engenheira portuguesa. Dando expressão aos seus temores, perguntou-me um dia o que eu achava sobre o que poderia acontecer em Angola. Respondi-lhe que não via outra solução que não fosse a independência, até porque pensava desde há muito que uma transição democrática em Portugal resultaria inevitavelmente na independência das suas colónias, ainda que naquelas primeiras semanas houvesse gente a agarrar-se às ideias federalistas de Spínola.

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