Mas, as coisas começaram a mudar nas últimas décadas com as pandemias e a poluição. Começou a ser vulgar encontrar pessoas usando máscaras em lugares públicos nas cidades asiáticas. Já não era só a ditadura islâmica a obrigar as mulheres ao uso da burka na pretensa defesa da moral e dos bons costumes. Era vulgar ver cidadãos usando máscaras em Tóquio, Beijing ou Hong-Kong. As gripes pandémicas que afectaram aquela região do globo poderiam estar na origem dessa medida de precaução.

O mundo virou do avesso com a pandemia em curso. Hoje em dia, usar uma máscara em locais públicos não só é obrigatório em muitos países do mundo, como também se tornou um sinal de cidadania responsável. Não é por acaso que só os piores exemplos da política mundial se insurgem e resistem ao uso da máscara: como se a imagem que procuram passar, a do macho intrépido e corajoso (que dificilmente serão), fosse reforçada por mais esse gesto de egoísmo e rebeldia infantil, contrariando as recomendações da maioria dos especialistas.

Angola, e bem, adoptou o uso obrigatório das máscaras na via pública, como medida de prevenção. Talvez com alguns exageros, mas perante um cenário em que tantas dúvidas subsistem, e com riscos tão elevados, compreendemos que mais vale prevenir que remediar. E a haver algum exagero, que seja por excesso. Os resultados são visíveis, e todos temos que nos mostrar satisfeitos com a lenta progressão da doença no nosso território. São boas notícias.

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