Os pleitos eleitorais deveriam ser realizados até 30 de Setembro último, segundo uma directiva do Ministério da Juventude e Desportos, mas a "sede de poder" de alguns dirigentes que se julgam predestinados a mandar, o processo foi propositadamente esticado e pode rebentar do lado mais fraco. Este é dos jogadores e técnicos a quem será creditado o ónus de um eventual fracasso. Quando e se as coisas derem para o torto, já ninguém se lembrará que dirigentes das federações em causa estiveram "entretidos" com as respectivas campanhas eleitorais, em vez de cuidarem de questões correntes como a competição.

Das três federações, a que parece estar em melhores condições é a de andebol, pois o seu compromisso próximo não aquece nem arrefece. No "Mundial" que se disputa entre 13 e 31 de Janeiro de 2021, a selecção masculina não tem grandes aspirações, sendo na verdade um figurante. Na série C, com a Croácia, Qatar e Japão, Angola, que se apurou na qualidade de quarta classificada do "Africano" de 2019, em Tunísia, muito dificilmente passará aos oitavos-de-final. Na melhor das hipóteses, apenas poderá conseguir um trinfo diante do combinado nipónico.

Ainda assim, era importante apagar a imagem deixada no último "Mundial", disputado na Noruega, quando ficou na 23.ª posição, entre 24 competidores. Agora, trinta e duas selecções estarão na liça, mas as possibilidades de melhorar a classificação são remotas. Primeiro, porque a três meses do início da competição - isto, se a pandemia deixar - não há seleccionador nacional indicado. Esta é a altura em que o técnico deveria programar a participação. Isso quer dizer que quem vier a ser escolhido terá pouco tempo para trabalhar, principalmente fora do campo. Mais grave do que isso, as inscrições encerram domingo próximo, 1 de Novembro, e até quarta-feira última, 28, não havia sinal de que estavam feitas.

No basquetebol, que está a ser administrado por uma Comissão de Gestão, o problema parece ser um pouco mais sério. A sensivelmente um mês da janela qualificativa para a fase final do "Afrobasket"2021" em masculinos, a Selecção Nacional também não tem treinador e ainda não foi convocada. Sendo que durante muitos anos o diferencial entre Angola e outras selecções continentais era o volume de trabalhos dos angolanos, faz-se imprescindível ter um tempo de preparação mais alongado. É verdade que está num grupo em que tem dois oponentes teoricamente mais fracos, designadamente: Moçambique e Quénia - o favorito é o Senegal. Mas, se olharmos pelo retrovisor, lobrigamos dificuldades de monta que Angola teve para levar de vencida os "irmãos do Índico" no último "Afrobasket", disputado em 2015, na Tunísia. Angola suou, abundantemente, para arrancar a ferros uma vitória por 84-72.

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