"É uma causa justa, os angolanos continuam a sofrer e o Executivo não apresenta políticas claras para se ultrapassar a crise", disse ao Novo Jornal a segunda vice-presidente do grupo parlamentar da UNITA, Navita Ngolo, para justificar a adesão do maior partido da oposição a esta iniciativa oriunda da sociedade civil.
A dirigente do partido do "Galo Negro" acrescentou que "é uma forma adequada de pressionarem o Presidente da República, João Lourenço, para cumprir as suas promessas".
A deputada reconheceu que Angola enfrenta desde final de 2014 uma profunda crise financeira e económica devido à quebra para metade nas receitas com a exportação de petróleo, em função da descida da cotação do barril de crude no mercado internacional, mas sublinha que o Executivo não apostou "seriamente" nos outros sectores para mitigar a crise.
"Estaremos nesta manifestação pacífica, isto é para mostrarmos que não estamos satisfeitos com o desempenho deste Governo, que continua a sacrificar os angolanos", declarou.
A UNITA, na voz da Navita Ngolo, discorda do adiamento das primeiras eleições autárquicas, um segundo motivo para justificar e realizar esta manifestação, e acusa o partido de poder, o MPLA, de falta de sensibilidade democrática.
A manifestação de Sábado, como tem sido habitual convocada pelo Movimento Revolucionário e pelo Movimento para a Cidadania, conta com o apoio da UNITA, mas pode ainda contar com o apoio de outros, desde que lhes chegue o desafio dos movimentos, coisa que ainda não aconteceu até agora, terça-feira, 20.
O activista Benedito Dito Dali, que faz parte da organização, diz que as condições estão criadas para que no sábado, 24 de Outubro, a manifestação tenha lugar.
A concentração, segundo os organizadores, acontece às 11:00 do dia 24 em frente ao Cemitério de Santa Ana e a marcha segue em direcção ao Largo Primeiro de Maio, em Luanda.
O Novo Jornal contactou a CASA-CE e o porta-voz, o deputado Manuel Fernandes explicou que não tem, para já, nem interesse nem intenção de enviar os militantes para este protesto da sociedade civil. A FNLA também está fora.
O PRS admite a possibilidade. "Temos jovens desempregados e estes podem participar. Mas a nível da direcção não fomos notificados", resumiu o secretário-geral do PRS, Rui Malopa Miguel.