Se ontem o Presidente português disparou nas redes sociais como o campeão dos comentários, das reacções e das partilhas, por causa do seu mergulho na Ilha de Luanda, hoje Marcelo Rebelo de Sousa bate recordes de audiências por causa da presença na cerimónia de investidura de João Lourenço como Chefe de Estado.
Mencionado na etapa inicial do evento, quando se procedia à apresentação das figuras de Estado e de Governo que assistiam à tomada de posse, o Presidente luso foi aquele que suscitou a reacção mais audível da plateia, momento que inclui alguns assobios, noticiados pela imprensa lusa como vaias.
À boleia do canal televisivo SIC Notícias - que deixou de ser transmitido em Angola e tem sido acusado pela empresária Isabel dos Santos de mover uma campanha contra o poder angolano -, vários órgãos de comunicação portuguesa deram como certo que Marcelo Rebelo de Sousa foi apupado pelos angolanos.
A má leitura não demorou a "incendiar" as redes sociais, onde se têm multiplicado os apelos contra as "fake news".
"Em Angola o assobio é sinónimo de satisfação, agrado, ovação", lê-se num dos inúmeros comentários publicados do Facebook, em resposta às notícias, entretanto rectificadas para incluir essa explicação.
A rede social transformou-se, aliás, no barómetro mais visível da popularidade de Rebelo de Sousa em terras angolanas.
Depois de ontem se terem multiplicado as selfies com o Presidente português - que passeou descontraidamente pela Marginal -, hoje o apoio ao Chefe de Estado luso - apelidado em Angola de "Ti Celito" - mede-se pelas reacções ao facto de Portugal não ter sido mencionado no primeiro discurso de João Lourenço como um dos parceiros mais importantes de Angola.
Embora não falte quem desvalorize a omissão, também não falta quem lembre que o português foi o único Presidente europeu a marcar presença, pelo que deveria merecer outra atenção.
As reacções convergem no sentido de dar razão ao próprio Marcelo Rebelo de Sousa que, antes da investidura de João Lourenço, defendeu que "os povos português e angolano escolheram ter relações de grande amizade e fraternidade", competindo aos governos "corresponder às expectativas dos povos".
Já depois da cerimónia, o Chefe de Estado luso reiterou a confiança nos laços populares e mostrou-se impressionado com a ovação que recebeu.
Para o Presidente português, Angola e Portugal estão ligados por um "ambiente muito caloroso, que é preciso aproveitar".