Em Cacuaco, por exemplo, o administrador municipal, Auxílio Jacob, ordenou o encerramento, até 11 de Abril, de todos os mercados informais que até ontem estavam a funcionar, mesmo aqueles que cumpriam o horário das 07:00 às 13:00, como impõe o Decreto Presidencial que contém as regras do estado de emergência.

Apesar da contestação popular a esta medida drástica, Auxílio Jacob informou, em declarações à Rádio Cacuaco, que o encerramento dos mercados resulta das constantes movimentação de pessoas naquele município que não estão a acatar o cumprimento das normas de segurança do Ministério da Saúde.

O administrador de Cacuaco adiantou que as pessoas que vendem nesses locais têm um capital que nessa altura da pandemia deveriam utilizar para se alimentar, refutando a ideia de que se trata de pessoas que retiram da labuta diária as refeições de todos os dias das suas famílias.

"Não é verdade que as pessoas saem à rua para vender e ter lucro para se conseguirem alimentar. Nesta fase, as pessoas têm de ir ao supermercado. Já não aceitaremos a venda ambulante" disse o administrador, apelando para que a medida seja cumprida integralmente até ao dia 11 de Abril, data estimada para o fim do estado de emergência em Angola.

Auxílio Jacob defendeu ainda que o Estado está a cometer um grande erro em manter a venda ambulante.

"Ninguém vai morrer de fome se encerrarmos os mercados, ninguém vai morrer se proibir a venda ambulante", afirmou.

Já no Cazenga, o mercado do Asa Branca também está encerrado, desde segunda-feira, sem qualquer justificação dada à população.

Ao Novo Jornal, uma fonte da administração do mercado assegurou que as vendas devem retomar nos próximos dias, não justificando os motivos da paralisação.

Em Viana, as autoridades locais procederam ao encerramento, esta terça-feira, dos mercados informais do Km 30, Regedoria e do Luanda-Sul.

Uma fonte da administração municipal de Viana disse ao Novo Jornal que o encerramento destes mercados é para que as autoridades possam reorganizar os comerciantes face às medidas de segurança aplicadas para lidar com a pandemia da Covid-19.

Entretanto, os munícipes destas zonas estão a reagir com revolta à decisão das administrações e afirmam que os responsáveis estão a violar a Decreto Presidencial que garante ser legal a abertura dos mercados durante o período da manhã para vender produtos essenciais.

O Novo Jornal contactou o Governo Provincial de Luanda (GPL), que respondeu sublinhando que essas medidas são da exclusiva responsabilidade das autoridades policiais.