A OMS informou nas últimas horas que se trata de um tipo de vírus da família dos coronavírus, cuja particularidade mais saliente é afectar principalmente o sistema respiratório, podendo gerar desde graves pneumonias a simples indisposições, sendo que já há registo de pelo menos uma morte em Wuhan e dezenas de pacientes internados em estado considerado grave nos hospitais desta região chinesa.
Com o aproximar a passos largos do Ano Novo chinês, quando milhões de chineses, internamente e oriundos do estrangeiro regressam às suas terras, o risco de contágio e da dispersão acelerada deste vírus aumenta consideravelmente.
Especialistas da OMS estão a estudar este novo tipo de vírus e enquanto não é determinado o seu potencial impacto e capacidade de dispersão, todos os hospitais de referência do mundo foram alertados para os cuidados a ter, sendo que alguns especialistas sublinham a importância de cuidados profilácticos redobrados em países com fortes comunidades chinesas.
Angola, tal como a generalidade dos países da região austral de África, é um dos países com largas comunidades chinesas, sendo a angolana estimada em cerca de 260 mil, como o director-adjunto do Departamento dos Assuntos Africanos do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, LI Chong, avançou recentemente durante uma conferência China-África, em Pequim.
Até ao momento, e segundo o que foi possível averiguar pelos técnicos da OMS e de outros organismos, é que deverá ser baixo o potencial de transmissão humano-a-humano, mas, de facto, estas contaminações já ocorreram e isso deixa em evidência uma possível dispersão global deste vírus através das deslocações transfronteiriças de possíveis indivíduos doentes.
O primeiro caso foi já detectado na Tailândia, onde uma mulher deu entrada num hospital local com fortes sintomas de contaminação por este novo coronavírus.
Na China há registo de pelo menos 41 casos de graves pneumonias, um dos quais acabou em morte.
Face ao risco de uma pandemia, como sucedeu já por diversas vezes, a última das quais em 2003/4, igualmente por causa de uma infecção por coronavírus, ou síndrome respiratória aguda grave (SARS, na sila em inglês), a OMS optou por uma abordagem cautelosa e deu início à preparação da sua "máquina" para lidar com uma nova pandemia.
Um porta-voz desta agência da ONU disse em Genebra, onde está a sua sede mundial, que esses preparativos foram iniciados mas deixou o alerta para a ausência de razões para pânico porque "ainda é muito cedo para se perceber se o perigo de uma pandemia é real".
Recorde-se que este vírus pode causar a Síndrome respiratória aguda grave, ou SARS, mas também a denominada Síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS, sigla em inglês), que é muito mais grave, com uma taxa de mortalidade que pode ir dos 40 aos 60 por cento e teve a sua mais grave epidemia na Arábia Saudita em 201, embora tenha sido detectada em 2012.
Nos aletas enviados aos hospitais de todo o mundo, a OMS explica como lidar com potenciais contaminações, como prevenir, como controlar eventuais focos de forma a evitar a sua dispersão.
Não existe ainda qualquer tratamento específico para este tipo de vírus.