"JES tinha dois mandatos a contar de 2012. Não concorreu em 2017 por decisão própria. Porquê?", questiona Tchizé dos Santos nas primeiras linhas de um texto intitulado "Saiba porque JES cumpriu apenas um mandato, dos dois que lhe eram garantidos pela Constituição da República aprovada em 2010".

Na reflexão, que pode ser lida no Facebook, a deputada defende que o ex-Presidente da República "quis ser o actor principal da sua própria saída da Presidência da República e participante activo na consolidação da democracia e do estado democrático de direito".

Mais do que dar resposta à pergunta que ela própria coloca, Tchizé dos Santos partilha um longo elogio ao sucessor de Agostinho Neto e antecessor de João Lourenço.

"JES não é simplesmente o "Arquiteto da Paz". É o grande transformador de almas e pessoas. É o grande transformador da Pátria angolana", lê-se no texto, que coloca José Eduardo dos Santos no centro dos ganhos alcançados pelo país.

"O país transformou-se radicalmente e para sempre desde 1989 até 2017, e essa verdadeira revolução pacífica e silenciosa, que resultou em grande evolução, é indelével e irreversível. Faz parte de uma estratégia e de uma visão de país, do MPLA liderado por José Eduardo dos Santos. É a sua obra mais nobre e profunda, para além da paz", escreve Tchizé dos Santos.

A deputada e filha do ex-Presidente da República assinala, no legado de JES, entre outros pontos, o facto de "nunca ter fechado as portas do diálogo", e de ter "tirado a maioria dos angolanos do obscurantismo e analfabetismo".

"Há que suscitar um debate coerente com a estratégia de transformação da sociedade angolana, implementada por JES, que é muito mais do que o título redutor de "Arquitecto da Paz" que lhe é atribuído", propõe Tchizé dos Santos.