O secretário de Estado dos Petróleos, José Barroso, que esteve no Dubai a liderar a equipa do MIREMPEP que fez a apresentação do projectos aos investidores que ocorreram à cerimónia realizada hoje, disse que o esta "correu bem" e foi motivo de interesse de uma audiência com capacidade técnica e financeira para conduzir um projecto desta natureza.

"Correu bem, tivemos a presença de 35 investidores, individuais e empresas, o que ficou ao nível das nossas expectativas", afirmou o secretário de Estado dos Petróleo em declarações produzidas num vídeo enviado ao NJOnline pela assessoria de imprensa do MIREMPET.

José Barroso disse ainda que a apresentação foi feita nos moldes que tinha sido feita em Luanda, a 10 de Outubro, compreendendo "uma abordagem sobre o pais, as reformas actuais do sistema legislativo e organizacional que permitem este tipo de investimento e sobre o projecto da refinaria".

Refinaria esta que, depois de construída, terá uma capacidade instalada de 100 mil barris por dia.

O governante mostrou-se satisfeito com os resultados de mais esta etapa de apresentação deste projecto, concluindo que agora resta esperar por propostas e analisá-las para ver se cumprem os objectivos do Governo.

Os objectivos do Governo foram enunciados pelo PR

Em Junho, o Presidente da República, na abertura da conferência "Angola Oil & Gas 2019 lembrou que o Programa de Desenvolvimento e Consolidação da Fileira do Petróleo e Gás, inscrito no PDN 2018-22, compreende três grandes objectivos: impulsionar e intensificar a substituição de reservas com vista a atenuar o declínio acentuado da produção, garantir a auto-suficiência de produtos refinados através da construção de novas refinarias e da ampliação da existente e melhorar a rede de distribuição de combustíveis e lubrificantes em todo o território nacional, através do aumento da capacidade de armazenagem.

João Lourenço lembrou também que o Governo decidiu efectuar um reajustamento na organização do sector de petróleos, tendo criado em Fevereiro deste ano a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPGB), que passa a assumir a função de concessionária nacional para licenças de hidrocarbonetos.

Quanto à Sonangol, realçou, está a ser alvo de um "processo de regeneração", centrando-a no seu negócio nuclear em torno da cadeia de valor do petróleo bruto e do gás natural.

"Tendo em consideração que Angola importa cerca de 80% dos derivados de petróleo que consome, por falta de capacidade de refinação interna, o Executivo colocou entre as suas principais prioridades a construção da grande refinaria do Lobito, a de Cabinda e a requalificação da refinaria de Luanda. Deixamos em aberto a possibilidade de mais uma refinaria, neste caso no Soyo, se os estudos em curso quanto à oferta de crude assim o aconselharem", recordou.

Prosseguindo com as alterações feitas no último ano, João Lourenço realçou a decisão de aumentar a capacidade de armazenagem de combustíveis e lubrificantes e da rede de postos de abastecimento em todo o País, contando com a iniciativa privada.

"Sendo este sector de capital intensivo e de tecnologia avançada, a sua importância será ainda maior se passar a incorporar de forma crescente mão-de-obra angolana qualificada", apelou, lembrando os incentivos que têm sido criados pelo Governo.

A intenção é que, através do processo de revisão da Lei do Conteúdo Local, as empresas petrolíferas cumpram os seus planos de formação e promovam o recrutamento, integração, formação e desenvolvimento de quadros técnicos angolanos em toda a cadeia na hierarquia da indústria petrolífera, "aumentando assim para níveis aceitáveis o grau de "angolanização" do sector".