De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), a África Austral continua a ser a região mais afectada, registando hoje 1.865.933 infectados e 57.898 mortos. Nesta região, a África do Sul, o país mais atingido pela covid-19 no continente, regista 1.525.648 casos e 51.110 mortes.

O Norte de África é a segunda zona mais atingida pela pandemia, com 1.191.593 infectados e 34.013 vítimas mortais.

A África Oriental contabiliza 428.881 infecções e 7.933 mortos, enquanto na África Ocidental o número de infecções é de 407.254 e o de mortes ascende a 5.287. A África Central tem 111.543 casos e 1.870 óbitos.

O Egipto, que é o segundo país africano com mais vítimas mortais, a seguir à África do Sul, regista 11.169 mortes e 189.000 infectados, seguindo-se Marrocos, com 8.712 óbitos e 487.750 casos.

Entre os países mais afectados estão também a Tunísia, com 8.313 óbitos e 239.977 casos, a Argélia, com 3.030 mortos e 114.759 infectados, e a Etiópia, com 2.483 vítimas mortais e 171.210 infecções.

Em relação aos países de língua oficial portuguesa, Moçambique regista 725 mortes e 64.516 casos, seguindo-se Angola (521 óbitos e 21.380 casos de infecção), Cabo Verde (156 mortos e 16.101 casos), Guiné Equatorial (98 óbitos e 6.562 casos), Guiné-Bissau (53 mortos e 3.447 casos) e São Tomé e Príncipe (32 mortos e 2.057 casos).

O primeiro caso de covid-19 em África surgiu no Egipto, em 14 de fevereiro de 2020, e a Nigéria foi o primeiro país da África subsaariana a registar casos de infecção, em 28 de fevereiro.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.649.334 mortos no mundo, resultantes de mais de 119,4 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Oxford garante que vacina da AstraZeneca é segura

A vacina contra a covid-19 desenvolvida pelo grupo farmacêutico AstraZeneca com a Universidade de Oxford é segura, garantiu um responsável da universidade que participou na investigação, após preocupações que levaram à suspensão do uso em vários países.

Há "evidências muito tranquilizadoras de que não há aumento no fenómeno do coágulo sanguíneo aqui no Reino Unido, onde a maioria das doses na Europa foram administradas até agora", disse hoje à BBC Andrew Pollard, diretor do Oxford Vaccine Group, que desenvolveu a vacina com a AstraZeneca.

O especialista frisou a importância de continuar a vacinação contra o novo coronavírus, que provoca uma doença que apresenta "enorme risco" para a saúde.No domingo, em comunicado, a AstraZeneca disse que "uma revisão cuidadosa" dos dados de segurança disponíveis sobre mais de 17 milhões de pessoas vacinadas na União Europeia e no Reino Unido "não produziu evidências de um risco aumentado de embolia pulmonar, trombose venosa (TVP) ou trombocitopenia em qualquer faixa etária, sexo, lote ou país específico".

"Cerca de 17 milhões de pessoas na União Europeia e no Reino Unido já receberam a nossa vacina e o número de casos de coágulos sanguíneos relatados neste grupo é menor do que as centenas de casos que seriam esperados na população em geral", comparou Ann Taylor, directora médica, citada no comunicado.

O governo holandês decidiu no domingo suspender o uso desta vacina, por precaução, até 28 de março, depois de "possíveis efeitos colaterais" terem sido relatados na Dinamarca e na Noruega com a vacina AstraZeneca, ainda sem ligação comprovada, de acordo com Ministério da Saúde.

Hoje, a Irlanda tomou a mesma decisão, depois de relatos de quatro novos casos graves de coágulos sanguíneos em adultos vacinados na Noruega.

Por sua vez, a Noruega, que também relatou hemorragias cutâneas em jovens vacinados no sábado, suspendeu a vacina na semana passada, assim como a Dinamarca, Islândia e Bulgária.

Na semana passada, numa conferência de imprensa em Genebra, a Organização Mundial da Saúde (OMS) defendeu que não havia qualquer razão para não usar a vacina da AstraZeneca.

A porta-voz da OMS sublinhou que os especialistas da organização estão ainda a analisar a informação sobre a formação de coágulos sanguíneos, mas referiu que, por enquanto, não foi estabelecida qualquer relação de causa-efeito.

"Qualquer alerta de segurança deve ser alvo de investigação. Temos que assegurar que estudamos todos os alertas de segurança quando distribuímos as vacinas e temos de passar por eles, mas não existe qualquer indicação para não utilizar [as vacinas]", frisou Margaret Harris.

Em Portugal, a Direcção-Geral de Saúde (DGS) e o Infarmed afirmaram no domingo que a vacina da AstraZeneca pode continuar a ser administrada e frisaram que não há evidência de ligação com os casos tromboembólicos registados noutros países.

No comunicado conjunto, a DGS e o Infarmed recordam que os casos notificados na Noruega "estão a ser avaliados pelo Comité de Segurança, PRAC, da Agência Europeia de Avaliação de Medicamentos (EMA)", esperando-se uma conclusão durante esta semana.

"O número de eventos tromboembólicos comunicados na população vacinada na União Europeia (cerca de 5 milhões de doses) e no Reino Unido (cerca de 11 milhões de doses) continua a não ser superior ao verificado na população em geral", sublinham.