Segundo as agências de notícias internacionais, o encontro entre as delegações dos Ministérios dos Negócios Estrangeiros, chefiados pelo ruandês Olivier Nduhungirehe e pela congolesa Théresé Wagner, teve lugar na Cidade Alta, mediado pelo Presidente angolano e o resultado foi mais um acordo para cessação das hostilidades entre os dois países dos Grandes Lagos.
Este acordo de Luanda reveste-se de grande relevo porquanto Kinshasa e Kigali estão há vários anos em estado de pré-guerra devido à actividade da guerrilha do M23 no leste das RDC que o Governo de Felix Tshisekedi diz ter o apoio efectivo do Ruanda de Paul Kagame.
As acusações congolesas são fundamentadas por um relatório de 2022 da ONU que comprova que largas centenas de soldados ruandeses estão a apoiar directamente o M23, especialmente com fornecimento de acesso ao seu lado da fronteira como refúgio seguro e mesmo com o fornecimento de armas.
Esse apoio de Kigali tem como objectivo permitir ao Ruanda aproveitar a instabilidade para explorar recursos naturais dos ricos subsolos do leste da RDC, como é disso exemplo o coltão, mineral fundamental para as indústrias 2.0 de comunicação e entretenimento.
Agora, com este acordo mediado por João Lourenço em Luanda é mais uma oportunidade para a paz na região dos Grandes Lagos que há anos (ver links em baixo nesta página) ameaça desestabilizar toda a vasta região da África Central e Austral e que já viu vários acordos de cessação das hostilidades falharem com novas erupções de violência, com as partes a acusarem-se mutuamente.
O novo cessar-fogo, agora acordado em Luanda, entra em vigor a 04 de Agosto.