Fontes diplomáticas sul-africanas citadas pela Al Jazeera garantem que as provas apresentadas no TIJ não deixam qualquer margem para dúvida de que o que Israel está a fazer na Faixa de Gaza é uma tentativa de genocídio da população palestina que ali habita.
O último dia para entregar os documentos de prova de uma acusação intentada por Pretória há largos meses (ver links em baixo) era esta segunda-feira, 28, o que foi feito atempadamente, estando agora, provavelmente, o futuro de milhões de palestinianos nas mãos dos juízes do TIJ.
Ao mesmo tempo que a equipa sul-africana entregava o processo no TIJ, em Israel, como relata a Al Jazeera, lideres israelitas do Governo radical de Telavive chefiado por Benjamin Netanyhau deslocavam-se para a fronteira de Gaza exigindo que os palestinianos sejam expulsos do território.
O ministro da Segurança Interna, Bem-Gvir, um dos mais radicais, ideológica e religiosamente, defende mesmo que os habitantes de Gaza sejam expulsos e colocar imediatamente colonatos israelitas na Faixa de Gaza, lançando a ideia de enviar os 2,3 milhões de habitantes para "outros países que os queiram".
Gaza é um território com apenas 365 kms2, se se estende por 40 kms por dez de largura, entalado a sul pelo Mar Mediterrâneo e Egipto, e a Norte e leste por Israel, habitado por 2,3 milhões de habitantes, o que faz com que seja das áreas com maior densidade populacional do mundo por km2.
Desde a invasão israelita iniciada em Outubro de 2023, após o assalto do Hamas ao sul de Israel a 07 de Outubro, onde deixou um rasto de mais de mil mortos e fez perto de 250 reféns, levados depois para Gaza, Israel já matou mais de 42 mil civis palestinianos, a larga maioria crianças, cerca de 25 mil, e mulheres.
Quase 80% dos edifícios habitacionais em Gaza foram destruídos à bomba pela aviação de Telavive e as unidades hospitalares foram todas destruídas ou parcialmente destruídas, não havendo praticamente uma das delegações humanitárias da agência da ONU para a Palestina, a UNRWA, ou de outras organizações humanitárias, em pé.
A fome e as doenças oportunistas, como cólera, diarreias, entre outras, são já a principal causa de morte em Gaza, onde faltam medicamentos porque Israel está a impedir a entrada de camiões com apoio urgente às populações desesperadas, o que é parte do genocídio que os sul-africanos querem demonstrar aos juízes do TIJ.