João Lourenço escreve ainda na nota a Joe Biden que Carter, que teve um "percurso exemplar" que se cola à "grande figura" que foi em todos os momentos da sua vida política deixando a sua marca indelével ao longo de todo o século XX.
Jimmy Carter "pôde vivenciar, observar e desempenhar um papel actuante e activo nos acontecimentos que marcaram indelevelmente a história da Humanidade nos últimos cem anos, tendo alcançado assim, uma dimensão política que transcendeu o seu mandato como 39º Presidente dos Estados Unidos da América".
Lourenço sublinha ainda que " mundo se recordará, sem dúvidas, da influência e capacidade negocial do Presidente Carter na resolução de conflitos no complexo contexto da Guerra Fria".
"O antigo Presidente Jimmy Carter deixa aos Estados Unidos da América um precioso legado institucional que vai seguramente continuar a obra da sua vida, que foi a de defender e promover os princípios democráticos que sempre constituíram a bússola das suas acções, como cidadão e homem político", escreve ainda o Presidente Lourenço na nota que foi enviada na segunda-feira, 30, horas depois de se saber da morte de Carter.
Jimmy Carter, o 39º Presidente dos Estados Unidos da América, morreu este domingo, com 100 anos. Em 2002 recebeu o Prémio Nobel da Paz "pelas décadas de esforços infatigáveis com o objectivo de encontrar soluções pacíficas para os conflitos internacionais".
Eleito para a Casa Branca em 1976, depois de vencer o então presidente Gerald Ford por uma margem de votos tangencial e numa América ainda marcada pelo escândalo "Watergate" que forçou o Presidente Richard Nixon a demitir-se, Carter assumiu o cargo de 39.º presidente dos Estados Unidos durante quatro anos.
O seu único mandato foi marcado por importantes acontecimentos no plano internacional. Em 1977, Carter assinou o tratado que assegurou aos Estados Unidos o controlo do Canal do Panamá até 1999.
Mas foi depois de deixar a Casa Branca que se tornou uma referência na promoção dos direitos humanos e à democracia em todo o mundo. Jimmy Carter fundou o Carter Center em 1982, para promover o desenvolvimento, a saúde e a resolução de conflitos no mundo.
"Jimmy Carter não ficará provavelmente na história americana como o presidente mais eficaz, mas é certamente o melhor ex-presidente que o país jamais teve", declarou em Dezembro de 2002 o presidente do Comité Nobel, Gunnar Berge, durante a cerimónia solene de entrega do galardão a Jimmy Carter .
Para o secretário geral das Nações Unidas, António Guterres, "Carter será recordado pela solidariedade para com os mais fracos e "pela sua fé infatigável no bem comum e na nossa humanidade partilhada", o que permitirá que o seu legado como "campeão dos direitos humanos" continue vivo.