Segundo a CNE, basta mandar uma mensagem (SMS) para o número 40114, com o número do Bilhete de Identidade e um asterisco que o eleitor receberá os dados relativos à assembleia e à mesa onde vai votar.

O porta-voz da UNITA, Marcial Dachala, disse ao Novo Jornal que a consulta das mesas de voto via SMS vai afastar muita gente deste processo eleitoral.

"Deveria funcionar um método duplo. Uns podem aceder por SMS e outros podem consultar as listas publicadas nas assembleias de voto", sugeriu Marcial Dachal, frisando que "Angola não é um País do primeiro e nem segundo mundo onde as coisas funcionam com eficiência".

"Nós, muitas vezes, pretendemos fazer as coisas de forma artificial. Quantos é que têm telefone? E se têm há dificuldades dos recursos financeiros para custear este exercício", acrescentou.

Disse que o País tem "muitos problemas" sérios onde as pessoas querem fazer as coisas "imitando os outros muito mal".

"Os velhos, as velhas como é que vão aceder? Tem de ser por intermédio do filho? Tem de haver respeito por aquilo que é a realidade angolana", referiu

"Mas entendemos, querem usar a via das tecnologias, porque se escondem alguns aspectos obscuros deste processo todo", concluiu.

O presidente da CASA-CE, Manuel Fernandes, defendeu que a publicação das listas dos cidadãos maiores registados em Angola e no exterior seria um método importante para os eleitores consultarem os seus nomes nas assembleias de voto.

"A consulta por via da SMS vai criar muitas dificuldades aos eleitores que vivem, sobretudo, nas zonas rurais. Por isso, temos vindo a insistir na necessidade da publicação dos cadernos eleitorais", frisou.

O porta-voz da FNLA, Ndonda Nzinga, disse que a publicação das listas dos cidadãos maiores registados em Angola e no exterior é de Lei, mas infelizmente a Comissão Nacional Eleitoral não cumpriu a Lei.

"Esperamos que a CNE conduza o processo com lisura e transparência para se evitar os erros anteriores", concluiu.

Estão autorizados a concorrer às eleições gerais de 24 de Agosto os partidos MPLA, UNITA, PRS, FNLA, APN, PHA e P-NJANGO e a coligação CASA-CE. Do total de 14,399 milhões de eleitores esperados nas urnas, 22.560 são da diáspora, distribuídos por 25 cidades de 12 países de África, Europa e América. A votação no exterior terá lugar em países como a África do Sul (Pretória, Cidade do Cabo e Joanesburgo), a Namíbia (Windhoek, Oshakati e Rundu) e a República Democrática do Congo (Kinshasa, Lubumbashi e Matadi). Ainda no continente africano, poderão votar os angolanos residentes no Congo (Brazzaville, Dolisie e Ponta Negra) e na Zâmbia (Lusaka, Mongu, Solwezi).