A reacção de Adalberto Costa Júnior surge depois de o candidato do MPLA, João Lourenço, ter afirmado que a UNITA estava a ser financiada "pelos corruptos que fugiram do País onde são acusados de corrupção".

"Dizem que querem combater a corrupção, mas estão a comer no prato dos corruptos, apontou.

Adalberto Costa Júnior referiu que nos últimos 10 anos da governação do MPLA foram gastos 30 mil milhões para a construção das estradas intransitáveis.

"O Ministério das Obras Públicas gastou 18 mil milhões, a Casa Militar da Presidência da República também gastou 12 mil milhões, mas já não existem estradas porque guardaram o dinheiro no bolso. Agora dizem que nós comemos com os marimbondos", respondeu Adalberto Costa Júnior, negando que o seu partido seja financiado pelos marimbondos.

"Nós não temos dinheiro suficiente para a campanha. O dinheiro da campanha eleitoral que a UNITA recebeu, aplicou-o na mobilização e na defesa do voto nas urnas", acrescentou.

ACJ afirmou igualmente que o MPLA está dividida e hoje persegue os seus colegas.

"Nós avisamos o actual Presidente para não perseguir o seu antecessor e outros colaboradores. Hoje, o outro morreu e notamos lagrimas de crocodilo. Nós não somos hipócritas", acrescentou.

Segundo o líder da UNITA, um estudo feito por vários académicos concluiu que durante os cinco anos de governação de João Lourenço, 97 por cento dos contratos feitos foram dados aos amigos.

Lamentou que a vida seja muito cara na Lunda-Norte, porque as estradas construídas há quatro anos estão "completamente" degradadas.

"Fui informado que aqui na Lunda-Norte só dois municípios têm água potável. O Executivo não trata bem as autoridades tradicionais, há muitas mortes por causa dos diamantes", frisou, salientando que as eleições não podem ser vividas com preocupação extraordinária.

"O povo demostrou a maturidade e percebeu que o momento é de mudança. É um sinal de responsabilidade", destacou, salientando que a fome é uma realidade em Angola e em cada canto se nota a miséria das pessoas.

"Para mudar, é preciso fazer diferente. Só teremos democracia real quando as pessoas tiverem condições de vida decentes", referiu, apelando a todos a fazer diferente para transformar a vida de todos os angolanos.

Na sua opinião, o seu partido não precisa corromper ninguém para encher os comícios: "Quem ama Angola, vem de livre e espontânea vontade".

O coordenador do projecto político PRA-JÁ Servir Angola, Abel Chivukuvuku, disse que a mudança em Angola é uma realidade irreversível nas eleições de 24 de Agosto.

"Nós somos uma selecção nacional. Tem jogadores da UNITA, do PRA-JÀ Servir Angola, Bloco Democrático e sociedade civil, mais temos Lionel Messi como nosso capitão, que é o presidente Adalberto Costa Júnior", referiu, salientando que quem está no poder há 47 anos, em cinco anos não resolve problemas da população.

O presidente do Bloco Democrático (BD), Filomeno Viera Lopes, disse que visitou a cidade do Dundo, com o falecido líder do MPLA, Agostinho Neto, há 47 anos, mas a miséria ainda continua.

"O povo ainda sofre. Tivemos Em Angola muitos problemas, e por isso nos juntámos para a transformarmos numa Angola nova", disse, ressaltando que a guerra acabou em Angola, mas o povo continua a sofrer.

Estão autorizados a concorrer às eleições gerais de 24 de Agosto os partidos MPLA, UNITA, PRS, FNLA, APN, PHA e P-NJANGO e a coligação CASA-CE.

Do total de 14,399 milhões de eleitores esperados nas urnas, 22.560 são da diáspora, distribuídos por 25 cidades de 12 países de África, Europa e América. A votação no exterior terá lugar em países como a África do Sul (Pretória, Cidade do Cabo e Joanesburgo), a Namíbia (Windhoek, Oshakati e Rundu) e a República Democrática do Congo (Kinshasa, Lubumbashi e Matadi). Ainda no continente africano, poderão votar os angolanos residentes no Congo (Brazzaville, Dolisie e Ponta Negra) e na Zâmbia (Lusaka, Mongu, Solwezi).