Francisco Boaventura Chitapa disse aos deputados à Assembleia Nacional, esta quarta-feira, 18, que a partir do próximo OGE o CNJ vai passar a receber a sua verba directamente do Instituto Angolano da juventude por esta estar a precisar de uma maior fatia financeira para a materialização das políticas da juventude.

Segundo Francisco Boaventura Chitapa, o Ministério da Juventude e Desportos (MINJUD) já advertiu o CNJ para que cumpra o seu papel estatutário, que é dinamizar o movimento associativismo angolano.

"O Instituto Angolano da Juventude deve dinamizar e realizar as políticas do Estado para a juventude", disse o secretário de Estado.

Sobre este assunto, o Novo Jornal tentou ouvir reacções do presidente do Conselho Nacional da Juventude, Isaías Kalunga, mas sem sucesso.

De referir que, em 2020, o presidente do CNJ disse, durante uma audiência com os deputados da 7ª Comissão da Assembleia Nacional, que a verba de dez milhões de kwanzas que recebem do Orçamento Geral do Estado é um "irrisória".

"Dez milhões nem chegam sequer para pagar a dívida de 29 milhões de kwanzas do mandato anterior. Este valor, sem querer menosprezar, é para realizar uma ou duas actividades. Assim, matamos indirectamente a instituição", disse Isaías Kalunga na ocasião.

Na altura, o líder do CNJ disse aos deputados que a organização que dirige precisa de mais de 400 milhões de kwanzas para o seu normal funcionamento.

O secretário de Estado da Juventude, Francisco Boaventura Chitapa, assegura que a missão do CNJ é ser plataforma de concertação social para análise dos problemas da juventude que depois devem ser apresentadas ao Ministério da Juventude e Desportos.

"O Instituto Angolano da Juventude precisa de robustez financeira para materializar as políticas de Estado para a juventude. O que agora vamos fazer é equilibrar as competências e as finanças do CNJ", salientou o número dois do MINJUD.

Em Dezembro último, como noticiou o Novo Jornal, o Conselho Nacional de Juventude (CNJ) garantiu ter recebido luz verde do Governo, através do Ministério das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação (MINOPUH), para a aquisição de 8.000 novos apartamentos em 2023, que serão destinados à juventude das províncias de Luanda, Huíla e Benguela.