A enfermeira terá dado um comprimindo (Misoprostol) à mulher, grávida de nove meses, sem uma orientação do médico, convencendo-a de que o fármaco ajudaria na dilatação durante o trabalho de parto, mas a parturiente sentiu-se mal e foi levada de emergência para o bloco operatório com uma hemorragia, onde faleceu.

O Misoprostol é um comprimido que geralmente é utilizado no hospital para indução do trabalho de parto, preparação do colo uterino para a raspagem uterina ou aborto legal, pois é capaz de provocar contracção uterina e amolecimento do colo do útero.

Quando usado na gestação, pode causar a diminuição dos batimentos cardíacos do bebé e consequente morte fetal, não devendo ser usado por mulheres grávidas sem orientação médica.

Segundo a acusação do Ministério Público (MP), este comprimido foi ministrado à parturiente sem prescrição médica.

Conforme o MP, a mulher sempre fez as consultas naquela maternidade e mantinha uma relação de amizade com a enfermeira que costumava atendê-la.

Entretanto, no dia 28 de Abril, a parturiente deu entrada naquela unidade hospitalar onde foi recebida pela enfermeira em serviço, que administrou um fármaco sem a orientação do médico para facilitar o trabalho de parto.

Conta a acusação que a enfermeira indicou um sítio no quintal da maternidade, longe dos olhos dos seguranças, para que a mulher fizesse a dilatação sem incómodo.

A acusação diz ainda que a enfermeira mandou para casa a acompanhante da mulher grávida que se dirigiu àquele hospital para dar à luz.

Após a mulher ingerir o comprimido e ter feito a dilatação, sentiu-se mal. Chamada a equipa médica, foi diagnosticada com rotura uterina e hemorragia vaginal, e foi levada de emergência para o bloco operatório onde se confirmou a morte do feto e logo depois a da mãe.

Segundo a acusação, a arguida confessou ter ministrado o fármaco à parturiente, mas na intensão de ajudá-la. O MP acusa a enfermeira de violação de dever e homicídio negligente.