A empresa UGO nega as acusações, diz que quem quiser ir embora, pode ir, e garante que 98 por cento dos motoristas que reivindicam são incumpridores com a empresa.

Ao Novo Jornal, os motoristas disseram que caso não completem a meta semanal de 180 mil kz perdem o direito a esse dia de trabalho, ficando em prejuízo, pois não conseguem sustentar as suas familiais.

Relatam ainda que trabalham com os veículos sem os meios apropriados, como os colectes reflectores, macaco, pneu de socorro, triângulo e extintores.

Segundo os visados, quando um motorista atinge uma dívida de 50 mil kz, tem a viatura bloqueada pela empresa, que só desbloqueia caso este pague a dívida, o que os leva a recorrer a empréstimos para poderem laborar.

Em caso de acidente, prosseguem, mesmo que tenham razão e a outra parte assuma os danos da viatura, o motorista tem, obrigatoriamente, que pagar os dias que a viatura estiver parada.

Em caso de avaria na viatura na rua, independentemente do horário, descrevem, o motorista tem que pagar o dia completo.

"Estamos a ser escravizados. Não temos dia de descanso, temos que trabalhar de segunda a sábado para a empresa, e domingo para nós. Infelizmente não temos tempo para as nossas famílias, já tentamos falar com a empresa, mas até agora não temos qualquer explicação", lê-se na exposição de reclamações enviada ao Novo Jornal.

Em função da falta de repouso e do excesso de trabalho, os motoristas dizem que alguns acidentes que ocorrem com os condutores da UGO são por conta do sono e alegam falta de sensibilidade da empresa.

Sobre o assunto, Novo Jornal ouviu a direcção da UGO, que nega serem verdade as declarações dos motoristas grevistas, realçando que tais afirmações não fazem sentido.

Manuel Miranda, responsável do departamento de motoristas da UGO, disse ao Novo Jornal que 98 por cento dos grevistas são incumpridores com a empresa e que têm dívida com a instituição.

Segundo a UGO, os grevistas querem impor a sua vontade à empresa, que não cedeu, daí um grupo estar a reivindicar.

Manuel Miranda, realçou que a empresa esta bem com os funcionários que cumprem com os acordos firmados, salientando que quem não estiver satisfeito que rompa o vínculo laboral e vá embora.