Quando se fala de Sambizanga, geralmente, surge-nos na mente um dos bairros tradicionais de Luanda, mas a cidade de Malanje também tem uma zona habitacional com a mesma designação. Por ser habitada maioritariamente por pessoas vulneráveis, a área, com 1.250 pessoas, passou a designar-se bairro dos pobres. A miséria é tremenda e mata silenciosamente. Com habitações precárias de adobe, o bairro não dispõe do mínimo para a vida humana. O saneamento básico é luxo e o acesso à água potável é apenas um sonho.

A comunidade, constituída maioritariamente por pessoas saídas do interior da província e antigos deslocados de guerra, recebia apoio da Administração Municipal de Malanje, consubstanciado em cestas básicas, consultas de saúde grátis, registo de nascimento, imputes e sementes agrícolas, mas há dois anos que não recebe qualquer ajuda.

Maria Dembué é viúva e deficiente. Aos 86 anos vive com netos numa residência com um tecto de chapa de zinco envelhecida que pode voltar a ruir no tempo chuvoso. "A chapa já tinha sido levada pelo vento", precisa, e, em tom angustiante como quem suplica alguma ajuda, diz que "em casa não tem nada, nem cama, cadeira, ou comida. O sofrimento é demais", relata ao repórter do NJ.

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